Porque é que as pessoas divulgam informação falsa? E o que podemos fazer para evitar essa disseminação? Esses são alguns dos tópicos que a Europa tem vindo a abordar em várias comunicações que pretendem esclarecer o que está a ser feito para combater a desinformação.
Depois da OMS (a Organização Mundial de Saúde, na sigla em inglês), ter admitido que a desinformação se está a espalhar mais rapidamente do que o coronavírus, e que já é uma pandemia de proporções planetárias, o Parlamento Europeu avisa que este nível de informação falsa dificulta os esforços para combater a pandemia.
Dados divulgados pela Comunicação Europeia indicam que uma investigação do Global Disinformation Index contabiliza em mais de 76 milhões de euros por ano o valor ganho em publicidade por sites dedicados a fake news, e o Google é responsável pela maioria dos anúncios publicados.
As principais plataformas online já estão a agir para limitar alcance das fake news que abrangem informação de que o vírus se espalhou através da sopa de morcegos, ou mesmo relatórios de países da UE que lutam entre si por um fornecimento de um número cada vez mais reduzido de equipamentos médicos. Mas a Europa centra-se também na forma como cada cidadão pode reconhecer a desinformação e ajudar a impedir que se espalhe.
O que está a Europa a fazer para combater a desinformação?
Foi criado um site da União Europeia sobre a resposta da Europa ao vírus, com ligações para as autoridades, e em breve vai incluir informações especiais para desmontar mitos comuns ligados ao surto. Alguns deles estão já detalhados no site apoiado pela UE, o EUvsDisinfo, um projeto do serviço de ação europeu.
Especialistas e políticos da UE e de seus estados membros realizam regularmente videoconferências para discutir desinformação e compartilhar métodos para informar as pessoas sobre os riscos e como resolvê-los. A isto soma-se a pressão sobre as plataformas online para agir contra este tipo de manipulação da informação.
A própria presidente da Comissão Europeia aceitou o desafio e já divulgou um vídeo onde mostra como devem ser lavadas as mãos para evitar contágio.
Numa atitude pedagógica o Parlamento Europeu divulgou hoje uma comunicação onde explica que a desinformação é realmente perigosa por espalhar o medo. "No momento em que muitas pessoas estão preocupadas e a receber notícias chocantes, é mais difícil manter a calma e verificar os factos, como necessário", adianta a informação, explicando que recentemente este tipo de informação levou os pais a não vacinarem os filhos, .abrindo caminho a uma explosão de novos casos de sarampo.
Para impedir a disseminação de fake news é preciso que as pessoas tenham cuidado a partilhar notícias verificando primeiro se a fonte é fiável, ajudando também a denunciar essas partilhas na plataforma de redes sociais onde a encontraram. E podem ainda ajudar as pessoas que a partilharam a estarem mais atentas. "Converse com a pessoa que a espalhou: provavelmente não foi intencional", refere o Parlamento. Os investigadores dizem que a melhor maneira de convencer as pessoas que acreditam em teorias da conspiração é mostrar empatia, apelar para o pensamento crítico da pessoa e evitar ridicularizá-la.
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