Centenas de publicações europeias e as respetivas associações comerciais onde se organizam, pediram à Comissão Europeia para que tome medidas contra a Google para que volte a haver competitividade na Europa no campo das pesquisas e anúncios online. O grupo pede que o responsável máximo pela concorrência no velho continente, Joaquín Almunia, rejeite as ideias propostas pela tecnológica em abril.

"Se a Google não endereçar propostas fundamentalmente melhoradas nos próximos tempos, pedimos à Comissão Europeia que use todos os seus poderes legais, incluindo a emissão de uma declaração de objeções com medidas efetivas", escreve o presidente da associação de editores de revistas na Alemanha e porta-voz informal desta iniciativa, Hubert Burda.

As publicações europeias querem justiça e resultados não-discriminatórios nas pesquisas no motor de busca Google, como uma forma de garantir o desenvolvimento próspero dos sectores das tecnologias e dos meios de comunicação.

Num documento enviado às redações, vários editores europeus referem que as alterações propostas pela Google não vão ter efeitos práticos.

A resposta da Google chegou através de um comunicado publicado no blogue da empresa, onde a tecnológica considera que tem endereçado as preocupações da Comissão Europeia de forma minuciosa. A empresa de Mountain View diz ainda que as propostas de resolução elaboradas são "significativas e compreensivas".

A Google detém 90% do mercado das pesquisas na Europa e tem sido investigada pela Comissão Europeia por alegadas práticas anticoncorrenciais. Em causa está a promoção de serviços próprios em detrimento de opções concorrentes no motor de busca, situação que motivou empresas como a Microsoft a apresentarem queixa.

Em abril a tecnológica elaborou um conjunto de medidas, na tentativa de evitar uma acusação formal de antitrust e possíveis coimas por parte da Comissão Europeia. As propostas estão a ser avaliadas por vários intervenientes que podem emitir um parecer até 27 de junho, próxima quinta-feira.

A Microsoft, uma das principais queixosas, já disse - como reporta o TechCrunch - que não vai comentar o assunto até que a data limite para o envio da análise às propostas da Google seja ultrapassado.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico