
São 500 lançamentos, 455 aterragens e 425 reutilizações do foguetão Falcon 9 que abriu portas às missões espaciais comerciais, com o primeiro rocket orbital reutilizável que permite reduzir os custos das viagens espaciais. A contabilização é feita pela SpaceX, a empresa que Elon Musk criou em 2002 e que mantém os níveis de ambição elevados, agora com mira colocada em Marte.
A missão 500 do Falcon 9 não teve grande história, garantindo o lançamento planeado de mais um satélite de telecomunicações, na missão Commercial GTO-1 que partiu do Space Launch Complex 40 (SLC-40) no Cabo Canaveral na Flórida.
No acompanhamento em direto é possível perceber que as missões já se tornaram quase rotina, apesar de todos os fatores de risco envolvidos.
Veja as imagens
Este foi o 13º voo do booster de primeiro estágio do Falcon 9, que já tinha sido utilizado no lançamento da missão Crew-8, Polaris Dawn, CRS-31, Astranis: From One to Many, IM-2, e de sete missões Starlink, provando mais uma vez a capacidade de reutilização dos elementos do foguetão.
Veja o vídeo do lançamento
Em menos de 10 minutos depois do lançamento o booster tinha aterrado na plataforma Read the Instructions que estava a aguardar na costa da Flórida e vai agora ser verificado e reabastecido para o próximo voo.
O Falcon 9 tem uma altura de 70 metros e pesa 550 mil kg. O primeiro estágio conta com nove motores Merlin, e tanques de uma liga de alumínio e lítio que contêm oxigénio líquido e querosene para alimentar a propulsão. O segundo estágio é o que faz a "entrega" da carga e tem também um único motor que é acionado depois da separação do primeiro estágio.
Este gráfico mostra a comparação entre os vários foguetões da SpaceX

15 anos de muitas histórias para o Falcon 9
O primeiro Falcon 9 fez seu teste inaugural em julho de 2010 e diferentemente do que aconteceu com o Falcon 1, teve sucesso à primeira tentativa, realizando um voo perfeito. A par do Falcon 9, foi lançada a Dragon, a primeira espaçonave de uma empresa privada a alcançar a órbita terrestre e a regressar em segurança, pousando no oceano pacífico. Bons indícios para o que viria a suceder em maio de 2012, quando a nave de carga fez a sua primeira entrega de mantimentos à Estação espacial Interncional e marcava assim toda uma nova era da exploração espacial.
Depois de numa primeira tentativa em que o foguetão quase aterrou numa plataforma no meio do mar, mas acabou por se despenhar, a SpaceX não conseguiu fazer melhor à segunda vez, com o rocket a afundar-se no oceano, e ao contrário do popular ditado, nem à terceira foi de vez. Mas a cada tentativa que passava o objetivo da empresa em ter foguetões reutilizáveis ficava mais próximo.
A tentativa seguinte, a 28 de junho de 2015, correu mal logo no lançamento, com a explosão a acontecer apenas 139 segundos após o Falcon 9 ter deixado o solo. A empresa de Elon Musk conseguiria recuperá-lo depois de este ter estado a 100 quilómetros do solo terrestre em dezembro do mesmo ano.
Em 2016 o foguetão reutilizável continuou a marcar a atualidade, com alguns percalços pelo caminho. A SpaceX voltou aos lançamentos logo no início de 2017, após ter terminado 2016 de forma "explosiva". Depois de uma primeira marcação, o regresso dos Falcon 9 “aos ares” deu-se em meados de janeiro.
No final de março de 2017 as atenções voltaram a virar-se para a sua SpaceX, que escreveu um novo capítulo na história da exploração espacial ao aterrar um foguetão já usado. Um Falcon 9 que já tinha sido utilizado em 2016 foi lançado e aterrado em segurança, num feito que garantiu a redução de custos nas missões espaciais.
A 25 de novembro de 2020 o Falcon 9 cumpriu a sua 100ª missão colocando no espaço mais um "pacote" de 60 satélites Starlink. Nos anos seguintes a tecnologia estabilizou e a SpaceX acelerou o número de lançamentos, para colocar mais satélites da sua constelação em órbita mas também para missões comerciais, para a NASA e outras agências espaciais ou empresas com interesses no espaço. Em 2024 atingiu a 400ª missão e ainda estamos a meio do ano e já ultrapassou o marco dos 500 lançamentos do Falcon 9.
Esta infografia mostra a evolução das missões da SpaceX até 2024

O passo seguinte é a conquista da Lua, e de Marte, mas o processo está a ser mais difícil do que era esperado, com vários insucessos no lançamento da Starship que em março explodiu e espalhou destroços em chamas pela segunda vez. Mesmo assim Elon Musk não parece desistir e mantém o objetivo de enviar a primeira missão em 2026, apontando para uma missão tripulada em 2028.
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