Em setembro de 2019, o Facebook anunciou que iria lançar a sua aplicação de encontros na Europa no início de 2020. A data de chegada a 13 de fevereiro já estava marcada, mas uma investigação da Comissão de Proteção de Dados irlandesa (DCP na sigla em inglês) deitou por terra os planos da empresa.
Recorde-se que a sede europeia do Facebook se encontra na Irlanda, sendo que a DCP é a responsável por verificar se a empresa liderada por Mark Zuckerberg cumpre, de facto, o Regulamento Geral de Proteção de Dados. De acordo com um comunicado da entidade reguladora irlandesa, o Facebook não disponibilizou informações suficientes acerca da forma como a aplicação recolhe e trata os dados dos utilizadores. O DCP avança que a rede social apenas o informou do lançamento da aplicação na Europa cerca de 10 dias antes da data estabelecida.
Perante a falta de resposta aos seus pedidos de informação, a DPC decidiu abrir uma investigação ao Facebook, enviando vários inspetores para revistar os seus escritórios em Dublin e recolher documentação.
Em resposta, um porta-voz do Facebook indicou, em comunicado à imprensa internacional, que o projeto da empresa cumpre as normas do RGPD. “Temos vindo a trabalhar para garantir a segurança e privacidade dos utilizadores e partilhamos a nossa decisão com DPC antes de avançarmos com o lançamento na Europa”. Para já, a rede social não avança com uma nova data de chegada do Facebook Dating ao território.
A notícia surge após a DCP ter aberto duas investigações formais à Google e ao Tinder. Em questão está a forma como lidam com as informações privadas dos utilizadores europeus, sendo que a entidade reguladora suspeita que estejam a violar o RGPD.
Caso a Google, o Tinder ou o Facebook não estejam a cumprir o RGPD, a entidade reguladora irlandesa poderá aplicar multas avultadas. Desde que o regulamento foi implementado, em maio de 2018, até 27 de janeiro desde ano, já foram identificadas 160.921 mil violações de dados pessoais, sendo que a totalidade das coimas aplicadas rondam os 114 milhões de euros. Em destaque, está a multa de 50 milhões de euros aplicada pela CNIL, a autoridade francesa de proteção de dados, à Google em 2019.
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