O Facebook poderá ser forçado a vender o Instagram e o WhatsApp depois de ter sido processado pela Federal Trade Comission (FTC) e pelos procuradores-gerais de 48 estados do país. A empresa liderada por Mark Zuckerberg é acusada de ter adotado práticas anticoncorrenciais na compra de ambos os serviços.
No processo aberto no Tribunal distrital para o distrito da Colombia do Norte, a coligação de procuradores-gerais defende que, ao longo dos últimos 10 anos, a gigante tecnológica tem vindo a abusar do seu poder, esmagando ou comprando os seus rivais, numa estratégia que prejudica tanto a concorrência como os utilizadores.
Em linha com os procuradores-gerais, a FTC argumenta que o Facebook “tem mantido o seu monopólio ao comprar empresas que se apresentam como uma ameaça e ao impor políticas restritivas que prejudicam injustificadamente os seus potenciais rivais”. A autoridade norte-americana pede ainda que a empresa seja obrigada a vender o Instagram e o WhatsApp.
Em comunicado à imprensa internacional, citado pela Reuters, Jennifer Newstead, membro do conselho geral do Facebook, responde às acusações sublinhando que ambos os processos são “manobras revisionistas” e acrescentando que as leis antitrust não devem servir como uma forma de punir as empresas bem-sucedidas. A responsável indica ainda que tanto o WhatsApp como o Instagram ganharam sucesso após o Facebook ter investido milhares de milhões de dólares.
A aquisição do Instagram pelo Facebook esteve também no centro de uma audição do Congresso norte-americano em que Mark Zuckerberg participou, acompanhado dos CEOs da Amazon, Apple e Google, a 29 de julho.
Ao que tudo indica, à semelhança da Google, a empresa também terá mantido os “olhos” abertos para ver o que outras empresas tecnológicas estavam a fazer, de forma a poder “inspirar-se” no que faziam ou então para comprá-las, como sucedeu com o Instagram.
A estratégia usada pelo Facebook preocupou os congressistas, sendo descrita pelo próprio diretor financeiro da empresa num email citado durante a sessão como “usurpar terreno”. Quando questionado se o Facebook comprou o Instagram para evitar que se tornasse num rival, o CEO defendeu que a rede social não teria o sucesso que tem hoje sem a sua ajuda.
Recorde-se que o Instagram foi comprado pelo Facebook em 2012 por mil milhões de dólares. Já o WhatsApp foi adquirido dois anos mais tarde por 19 mil milhões de dólares. Ambas as aquisições foram aprovadas na altura pela FTC, no entanto, do outro lado do atlântico, as autoridades europeias da concorrência juntaram-se para analisarem os impactos da junção do Facebook e WhatsApp. Depois de quase três meses de análise, Bruxelas acabou por dar “luz verde” ao negócio.
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