O Facebook volta a despertar a atenção do mundo devido à utilização indevida dos dados dos seus membros. A gigante tecnológica criou uma aplicação de reconhecimento facial que permitia aos seus funcionários identificar outros colaboradores e amigos dentro de segundos. A ferramenta desenvolvida internamente entre 2015 e 2016, anos antes do escândalo com a consultora Cambridge Analytica, baseava-se em informações do vasto catálogo de fotografias e dados de reconhecimento facial da rede social.
De acordo com fontes internas a que o Business Insider teve acesso, embora a aplicação tenha sido eventualmente descontinuada, uma versão beta foi lançada para uso exclusivo dos funcionários da empresa. A ferramenta permitiria, alegadamente, a um colaborador identificar quem quer que fosse na rede social.
Um porta-voz do Facebook confirmou a existência da ferramenta à imprensa internacional. “As nossas equipas desenvolvem frequentemente aplicações para uso interno, de forma a aprender mais sobre as novas tecnologias”, indicou. Tal como clarificou, a aplicação em questão era capaz de identificar apenas funcionários e amigos do utilizador que tivessem ativado o sistema de reconhecimento facial na sua conta.
A empresa tem vindo a utilizar o reconhecimento facial para identificar utilizadores em fotografias através de “tags”. Em 2017, a empresa liderada por Mark Zuckerberg anunciou novas funcionalidades que recorriam à a tecnologia para “ajudar os utilizadores a gerir a sua identidade no Facebook”.
No entanto, a estratégia acabou por revelar-se mais danosa do que o esperado. O Facebook e o Tribunal do estado de Illinois estão numa batalha jurídica há cerca de quatro anos, num processo que pode levar a empresa a desembolsar 35 mil milhões de dólares por violação de privacidade através de dados de reconhecimento facial.
Para além do uso problemático de reconhecimento facial, o Facebook está sob o escrutínio de diversas entidades reguladoras e organizações devido à utilização indevida dos dados dos utilizadores recolhidos há já alguns anos. No que toca àquele que ficou conhecido como um dos seus maiores escândalos, em julho deste ano, a empresa foi multada pela FCT, a entidade norte americana responsável pela concorrência, em 5 mil milhões de dólares.
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