Recentemente, a Wyze, uma fabricante norte-americana de equipamentos domésticos inteligentes, confirmou que uma falha de segurança nas suas câmaras de vigilância expôs as casas de alguns dos seus clientes. No entanto, o número de pessoas afetadas pelo incidente é muito mais elevado do que inicialmente anunciado pela empresa.

No final da semana passada, vários utilizadores das câmaras de vigilância da Wyze reportaram falhas no funcionamento dos equipamentos. A empresa atribuiu as falhas a um problema com os serviços da AWS, que dificultaram as conexões e o processo de login.

Mas à medida que os problemas estavam a ser solucionados, alguns utilizadores partilharam em plataformas como o Reddit que começaram a notar que a app que acompanha as câmaras estava a mostrar imagens das casas de outras pessoas, como avançado pelo website The Verge.

David Crosby, cofundador da Wyze, confirmou depois que foi identificado um problema de segurança que fez com que alguns utilizadores conseguissem ver imagens de câmaras de outras casas. Na altura, a empresa dava conta de 14 casos deste tipo, afirmando que estava a notificar os clientes afetados.

De apenas 14, o número de casos acabou por “explodir” para cerca de 13.000, como revelado pela empresa em emails enviados aos seus clientes, onde explica que a falha

Segundo a mensagem deixada pela Wyze, 1.504 utilizadores clicaram em imagens de casas de outras pessoas apresentadas pelas câmaras. Em alguns casos, foi só possível aumentar a dimensão da thumbnail das câmaras, mas noutros foram apresentados vídeos de certos momentos registados pelos equipamentos.

A empresa afirma que todos os utilizadores impactados pela falha foram notificados, que mais de 99% dos seus clientes não foram afetados e que está a tomar medidas adicionais para reforçar a segurança.

Esta não é a primeira vez em que a Wyze se vê envolvida em problemas semelhantes. Como reporta a imprensa internacional, ainda no ano passado, uma falha de segurança também permitiu que utilizadores das câmaras de vigilância da empresa conseguissem ver o que se estava a passar na casa de outras pessoas através da app que acompanha os equipamentos.

Já em 2022, a empresa confirmou que uma falha de segurança poderia dar a hackers acesso privilegiado aos conteúdos registados pelas câmaras. Em 2019, mais de 2,4 milhões de utilizadores foram expostos após uma fuga de informação de uma base de dados das câmaras da Wyze.