Os internautas franceses estão abandonar os sistemas P2P a favor de sites de alojamento. Com a alternativa, querem evitar as consequências da Hadopi, lei que penaliza o download de ficheiros protegidos por direitos de autor, e que "vigia", maioritariamente, redes de partilha.



Segundo noticia o jornal Le Figaro, citando um estudo da ComScore, no último ano o número de visitas ao Megaupload - um site de alojamento de ficheiros - cresceu 35 por cento em França, país onde o serviço somou 7,4 milhões de utilizadores no passado mês de Novembro. Para se ter uma ideia, em 2008 a média mensal do site era de 350 mil visitantes.



Os dados de crescimento de Megaupload sugerem que os hábitos dos internautas franceses podem estar a mudar com a entrada em vigor da Hadopi, mas apenas relativamente ao tipo de recursos usados para conseguir os conteúdos desejados.



Já num estudo realizado para a ZDNet.fr, 47 por cento dos franceses respondeu que considera a lei inútil e apenas 14 por cento lhe reconhece efeitos dissuasores.



A Hadopi prevê o corte do acesso à Internet - por um período máximo de um ano - como forma de penalização da pirataria de conteúdos. Os internautas em causa são advertidos por três vezes para que parem com os downloads ilegais. Depois das mensagens de aviso, o caso é analisado por juristas que recomendam uma decisão ao juiz que, depois pode ordenar o corte da ligação aos infractores.



Ao que indicava recentemente a imprensa local, desde que as novas medidas começaram a ser aplicadas, em Novembro, o Governo francês já advertiu mais de 100 mil internautas.



Em Portugal, a ACAPOR prepara-se para entregar amanhã, quarta-feira, à Procuradoria-Geral da República uma lista de mil endereços IP de utilizadores que descarregaram filmes piratas, a primeira de muitas, segundo a "ameaça" deixada pela associação na altura em que anunciou a "iniciativa".