Em dezembro do ano passado, a Google anunciou que ia limitar a capacidade de respostas do seu assistente inteligente durante as eleições nos Estados Unidos, numa decisão que se aplica também a outros países. A restrição já entrou em vigor e o Gemini vai declinar conversas sobre política durante o período eleitoral a nível global.

Citado pela Reuters, um porta-voz da Google afirma que em preparação para os muitos momentos eleitorais um pouco por todo o mundo em 2024, e por motivos de precaução, a empresa vai limitar os tipos de perguntas sobre eleições às quais o Gemini pode dar resposta.

Recorde-se que, além do Gemini, a Google tenciona aplicar restrições nas respostas sobre política na experiência de pesquisa com IA generativa (Search Generative Experience).

Veja o Gemini em ação

A par da Google, a Meta é outra das tecnológicas que vão tomar medidas mais “apertadas” nas suas plataformas durante o período de eleições este ano.

Por exemplo, a empresa liderada por Mark Zuckerberg vai exigir aos anunciantes no Facebook e Instagram que que informem sempre que submeterem anúncios, de teor político ou social, com conteúdo manipulado digitalmente através de ferramentas de IA. O combate às fake news é outra das prioridades para a tecnológica, que reforçou as medidas nesta área.

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Em 2024 estão previstas eleições em mais de 70 países e a ONU já alertou para o facto de serem as primeiras numa era de IA generativa, o que pode aumentar o risco da desinformação.

Aos avisos da ONU, juntam-se também os da Microsoft, que alerta para a possibilidade de a Rússia usar IA para tentar manipular eleições, e do Center for Countering Digital Hate (CCDH), que indica que ferramentas de IA da OpenAI e Microsoft podem ser usadas em fake news durante estes momentos.

Mais recentemente, um novo relatório, apresentado pelas agências de inteligência dos Estados Unidos, revela que a tecnologia de IA está a dar à Rússia e à China novas ferramentas para interferir na vida política do país.