A Google planeia alargar o Privacy Sandbox a outras paragens. Depois de estrear o sistema de segurança no Chrome, a empresa está agora a preparar a adaptação da tecnologia ao ecossistema Android, o que fará com que este opere também em smartphones e tablets. Os testes já começaram e deverão durar, pelo menos, dois anos.

Atualmente, para publicitar produtos em equipamentos Android, as empresas recorrem a um conjunto de informações sobre o utilizador, o que lhes permite segmentar anúncios de acordo com perfis pessoais detalhados, bem como monitorizar os seus comportamentos ao longo de várias aplicações, para que seja possível atribuir uma compra a um determinado anúncio e medir, em consequência, a sua eficácia.

O acesso dos anunciantes a este tipo de informação tem de ser consentido e é possível desligá-lo a qualquer momento nas definições do seu telefone, mas não sem ser confrontado com um alerta da própria Google, onde a empresa sublinha a importância dos anúncios para gratuitidade de inúmeros serviços, uma vez que é na publicidade que está uma das maiores fontes de rendimento da tecnológica.

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O Privacy Sandbox é uma solução intermédia, um conjunto de propostas criadas com vista a estabelecer um novo conjunto de padrões para a indústria, por forma a viabilizar a segmentação de anúncios, mas impedindo a perfilagem de utilizadores. A Google tem várias propostas para o efeito, como o agrupamento de utilizadores por interesses comuns, o que impede o anunciante de alcançar um nível de detalhe pessoal, ou a atribuição de gostos com base no histórico de pesquisa recente, o que traçaria uma identidade publicitária menos detalhada do user, mas, ainda assim, composta o suficiente para segmentar anúncios.

Para o Android 13, haverá até um kit de desenvolvimento de software que isola o código da publicidade, para que este corra isoladamente, sem se misturar com o da aplicação onde os anúncios são exibidos.

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Estas e outras ideias irão substituir o atual sistema de perfilagem individual e limitar a partilha de informações dos utilizadores com os anunciantes. Neste momento, nada foi aplicado, pelo que a empresa ainda se encontra a desenhar e a testar as soluções que quer implementar.

A gigante de Mountain View quer construir uma solução capaz de convencer as concorrentes, uma vez que acredita que os anunciantes terão menos interesse nas tecnológicas caso deixem de conseguir segmentar os seus anúncios.

Os próximos anos serão determinantes para a indústria da publicidade, bem como para as tecnológicas, que terão de trabalhar em conjunto para encontrar um sistema que os beneficie mutuamente sem prejudicar a privacidade dos utilizadores.