ITU rejeita estrutura de gestão global da rede e apela à cooperação entre estados

15 jan 2007 11:24

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A criação de uma super estrutura para a gestão e coordenação do desenvolvimento da Internet está fora dos planos da ONU. O director-geral da ITU prefere apelar à colaboração entre entidades reguladoras par a evitar uma ciber disputa entre nações.

A supervisão e gestão da Internet deverá continuar repartida por várias agências à semelhança do que tem acontecido até aqui. Hamadoun Toure, recentemente eleito director-geral da União Internacional das Telecomunicações (ITU), afirmou numa conferência de imprensa, que não faz parte dos planos do organismo da ONU assumir a gestão total da rede, nem tão pouco a criação de uma "super estrutura" de controlo da mesma.

O responsável defende que é necessário o trabalho conjunto entre agências, porque "cada uma tem o seu papel" e, como tal, todas devem cooperar no desenvolvimento da Internet.
Citado pela Associated Press, Toure afirma que a ITU pretende reforçar os laços que mantém com o ICANN - Internet Corporation for Assigned Names and Numbers-, embora não pretenda assumir qualquer cargo gestor dominante, até porque, para além da responsabilidade, isso implicaria elevados "recursos financeiros".

Durante a sua intervenção, o novo responsável, apelou à "cooperação global" entre os países e reguladores na luta contra o crime na rede e recordou que é de "evitar uma guerra cibernética entre governos [...], já que todos dependem das Tecnologias de Informação e da Comunicação e necessitamos que estas sejam seguras", declarou depois de recordar a importância que a rede tem nas transacções financeiras, no comércio e na educação.

Durante o seu mandato o director-geral da ITU pretende cumprir com os objectivos traçados pela comunidade internacional, nomeadamente, tornar as TIC um bem acessível a todos, acabando com o "fosso digital".

Mesmo querendo acabar com a info-exclusão e divisão entre países, o responsável rejeitou pronunciar-se quanto à censura, países onde não existe liberdade de expressão e "ciberdissidentes".

Hamadoun Toure afirma que o tema ultrapassa os limites do mandato da ITU, uma vez que a sua função é "assegurar que a infra-estrutura está disponível e que tem normas comuns, que permitam a comunicação entre as pessoas, independentemente da sua localização, e à mesma velocidade".