
A medida de coação do jovem foi determinada após um interrogatório que começou esta sexta-feira de manhã no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, e se prolongou por várias horas, tendo a decisão do juiz de instrução sido conhecida pelas 20:00.
A investigação deste caso foi levada a cabo pela Unidade Nacional de Contraterrorismo da Polícia Judiciária (PJ), com o jovem português a ser considerado suspeito dos crimes de homicídio qualificado, ofensas à integridade física qualificada e discriminação e incitamento ao ódio e à violência, bem como a prática de crimes pornografia de menores, explicou aquele órgão de investigação criminal, em comunicado.
Esta operação visou “conhecer e identificar a atividade desenvolvida online pelo detido”, tendo a PJ efetuado quinta-feira buscas domiciliárias e “apreendido um vasto acervo probatório, designadamente material informático e digital”.
Segundo esta força policial, o jovem “criou e gere um grupo na plataforma Discord, onde se agruparam diferentes pessoas apologistas dos mesmos ideais e que pretendiam cometer atos semelhantes aos idealizados e propagados por aquele”.
Entre estes atos estão: automutilação grave de jovens, mutilação e morte de animais, difusão de propaganda extremista nazi, instigação e prática da “missão” de cometer massacres em escolas (filmados e transmitidos através do telemóvel) e, ainda, partilha e venda de pornografia infantil.
Segundo a PJ, na sequência destes comportamentos “veio a decorrer o ataque com arma de fogo (um revólver calibre 38) numa escola de Sapopemba, no Brasil, resultando na morte de uma jovem” de 17 anos.
O autor material do crime na escola brasileira mostrou, no grupo no Discord, imagens da arma e do gorro que iria utilizar, bem como da escola onde o crime iria ocorrer, pode ler-se na nota.
Esta investigação, a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, contou com a colaboração da Polícia Federal do Brasil e foi iniciada com “caráter de urgência, tendo em conta a gravidade das suspeitas”, destacou ainda a PJ.
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