Um novo relatório revela que as metas da Comissão Europeia para as smart cities, onde se ambiciona ter 100 cidades inteligentes e neutras em carbono até 2030, estão em risco, sendo necessárias medidas urgentes para assegurar que são cumpridas.

De acordo com os dados avançados pelo relatório, encomendado pela Vodafone e conduzido pela Opinion Matters junto de especialistas de 10 países europeus, existem elevados níveis de apoio à adoção de smart cities na Europa.

Em Portugal, por exemplo, 66% dos inquiridos afirmaram que o país já iniciou a sua jornada de transformação digital para as smart cities. Deste conjunto, 80% acreditam que as autoridades locais valorizam as soluções para cidades inteligentes.

Ao todo, sete em 10 cidades dos países representados no relatório têm planos para investir em soluções inteligentes no futuro e mais de metade prevê investir entre 2 a 10 milhões de euros ao longo dos próximos três anos

Os planos dos 10 países europeus para as smart cities estão em diferentes fases de implementação, no entanto, os especialistas inquiridos afirmam que há uma “fragmentação de responsabilidades” subjacente.

Entre as principais barreiras à implementação de smart cities destacam-se questões como falta de fundos e infraestrutura adequada, legislação, complexidade dos procedimentos de aquisição, preocupações com privacidade e segurança, assim como falta de estratégia e de competências digitais.

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No relatório são identificadas cinco fases de adoção em matéria de smart cities, com 45% das cidades a enquadrarem-se na categoria “Pathfinder”, isto é, um grupo que já começou a adotar soluções, mas precisa de uma estratégia clara, mais financiamento e um maior  investimento em infraestrutura digital adequada. As cidades que estão mais avançadas neste processo enquadram-se na categoria “Front-Runner”, onde estão apenas 6% das cidades em Portugal.

Há um conjunto de ações políticas específicas que podem acelerar a adoção de smart cities na Europa, incluindo a disponibilização de financiamento adequado, através de investimento público e privado e o desenvolvimento de projetos de cidades inteligentes, incentivando a criação de task forces para tal propósito.

Em questão estão também a tomada de medidas para melhorar a literacia e as competências digitais, seja de quem está a implementar as soluções como dos cidadãos que vão usufruir das mesas, além da implementação de conectividade de alta qualidade disponível e acessível a todos.