Para o palco principal do Web Summit foi deixado uma das últimas sessões deste ano sobre o metaverso. E aqui discutiu-se o futuro da internet e o papel do metaverso nas vidas das pessoas. E nada como explicar o tema do que a empresa que mais tem advogado o conceito: a Meta, representada pela sua responsável de produto, Naomi Gleit. As perguntas que surgem é se o metaverso vai substituir a internet ou se ambas vão coexistir simbioticamente no futuro. Respostas à parte, a sessão ficou marcada pela confirmação de que a Apple poderá anunciar em breve o seu o seu headset de realidade virtual, algo que tem sido alvo de rumores há muito tempo. E também a Microsoft vai reforçar a sua presença no metaverso com novos produtos, nas palavras da executiva da Meta.
Naomi Gleit está na Meta (facebook na altura) há 17 anos, desde que saiu da universidade e agora é responsável pelas aplicações que funcionam entre as redes sociais e ambiente virtual das suas soluções. Para si, o metaverso é definido como o futuro da internet, quando comparado como a forma como esta está a ser experienciada atualmente em 2D, tanto no telemóvel ou computador. A realidade virtual é a nova camada que falta à internet e que a aproxima do mundo físico.
Defende como gamer, que o metaverso não é sobre gaming, ou pelo menos "só", como genericamente é classificada. Tem na família uma pessoa que faz filmes para realidade virtual, afirmando serem experiências diferentes, neste caso uma viagem à natureza, tendo o David Attenborough como guia de um jardim botânico. Colocada a questão sobre o metaverso é um mundo distópico, diz que há um engano das pessoas pensarem que vai substituir a necessidade de as pessoas estarem juntas. O que é, para si, um erro. "Mas basta olhar para os últimos anos de pandemia, em que no ambiente de realidade virtual no metaverso era possível encontrar um espaço mais próximo para ver um filme, por exemplo, mesmo com as pessoas afastadas fisicamente".
A Meta está a criar tecnologia para consumo atual, mas também para o futuro, onde se vai encaixar o metaverso. E também desmistificou que o Meta não vai ser a dona do metaverso, esta não vai ser de de ninguém, diz. Vai ser aberta e interoperável, assim como tornar-se mais imersiva. "Antes tínhamos um telemóvel rudimentar para enviar mensagens. Atualmente, qualquer pessoa anda com uma câmara fotográfica de alta qualidade no bolso". Pensa que no futuro todos vão ter acesso a headsets de realidade virtual para aceder ao metaverso, onde quer que estejam.
Mas o metaverso está dependente dos óculos? Os óculos Rayban da Meta são giros, mas limitados a captar e enviar fotografias, refere Naomi Gleit. Considera que vai demorar 10 ou 15 anos para os óculos chegarem ao nível que se pretende, para dar a todos a oportunidade de estar no metaverso. Utilizar o som espacial, ferramentas de comunicação como o Zoom em realidade virtual para conectar-se, em última estância, conseguir ter expressões e linguagem corporal que fazem parte da comunicação entre as pessoas.
E os ecrãs convencionais vão deixar de existir? Afirma que é difícil prever o futuro. Há 15 anos, se tentasse prever o que se faz atualmente talvez errasse. Mas consegue projetar os milhões de utilizadores já a utilizar os headsets de realidade virtual e tentar adivinhar para onde vai a tendência. Diz que aquilo que assistimos atualmente de realidade virtual é apenas uma pequena antevisão do que nos espera no futuro.
A Meta acredita que atualmente estão reunidas as condições de ter aplicações em VR para healthcare e ensino, não apenas para o gaming. Há muitos estudantes de médicos que estão a ser treinados em ambientes de realidade virtual, dando o exemplo do jogo Operação, em que se tenta operar um paciente sem soar os alarmes dos órgãos. Há simulações de operações, com sensações adicionais, tais como sentir os ossos ou batimentes cardíacos nas mãos dos utilizadores. Fazer scans de CTC nas operações, conseguindo saber o que se passa dentro e fora do corpo já podem ser simulados neste ambiente de metaverso.
Foi mesmo na sua despedida que a representante da Meta confirmou que a Apple vai lançar o seu headset de realidade virtual em breve, assim como a Microsoft, como que grandes players que reforçam a credibilidade da tecnologia. Até aqui, além dos rumores, apenas algumas pistas deixadas por Tim Cook, focado na realidade aumentada e também virtual.
O SAPO TEK está a acompanhar toda a edição do Web Summit em direto até dia 4 de novembro. Siga todas as notícias aqui, acompanhando também a transmissão em direto no palco principal.
Veja ainda algumas das principais imagens que a equipa do SAPO TEK vai recolhendo por dentro do Web Summit
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