A conversa entre o secretário-geral do Movimento Partido Pirata Português, André Rosa, e o TeK surgiu no seguimento dos resultados dos partidos piratas nas eleições europeias. Nos próximos cinco anos apenas vai haver um pirata com assento no Parlamento Europeu. Para o líder do movimento nacional, o resultado global “está dentro das expectativas”.



O que ficou abaixo das expectativas foi o resultado do Partido Pirata Sueco, aquele que tinha conseguido eleger dois eurodeputados em 2009. Para André Rosa a situação explica-se por dois motivos: há cinco anos atrás os piratas suecos ganharam muita força por causa do escândalo do The Pirate Bay; e este ano o Partido Os Verdes da Suécia “roubou” muitos votos aos piratas.



Mas e o Partido Pirata Português? O movimento formado em 2009 tem desde então tentado reunir as 7.500 assinaturas exigidas para a constituição de um novo partido. Só que a tarefa não se tem mostrado fácil. André Rosa admite que não têm muitas assinaturas reunidas, mesmo não revelando valores, mas alimenta a esperança de poder participar nas próximas eleições legislativas portuguesas, que acontecem em 2015.



“Queremos ter as assinaturas para o ano, mas é uma situação complicada de gerir. Oficialmente somos 14 membros”, lembra o secretário-geral do Movimento PPP. “Faltam pessoas que queiram ajudar”, acrescentou.



A recolha de assinaturas está a ser promovida através da página oficial do movimento, que em breve vai receber uma transformação visual, que se irá estender até à imagem do partido, revelou André Rosa.



“Tivemos que nos refocar, estamos a tentar renascer”, explicou também a propósito da saída de alguns membros do movimento partidário. Apoiantes de uma democracia direta, o PPP apresenta-se como um partido aberto a toda a gente.



Existem algumas bandeiras e algumas questões com as quais o movimento se identifica, sendo exemplos disso a defesa da transparência e da privacidade pessoal, a partilha da cultura e o apoio aos conteúdos disponibilizados de forma aberta. O movimento político também defende uma reformulação das leis que regulam os direitos de autor.



Apesar de não ser ainda um partido reconhecido pelo Tribunal Constitucional, o PPP tem mantido contacto com outros partidos piratas da Europa, havendo sobretudo uma contribuição mútua na definição dos programas políticos a serem apresentados e usados.



Por fim André Rosa deixou um apelo para que os interessados visitem o site e participem na contribuição de assinaturas para que o Partido Pirata Português possa estar na folha de voto já nas próximas eleições.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico