À última hora ainda houve uma tentativa de bloqueio do processo, por parte dos procuradores gerais de quatro estados norte americanos, mas um juiz no Texas negou o pedido de restrição temporário da alteração ainda na sexta-feira, dia 30, data limite do contrato estabelecido entre o ICANN e a NTIA, a entidade responsável pelas telecomunicações dentro do departamento do Comércio nos EUA.

Mas este foi apenas mais um pequeno obstáculo entre os muitos que tiveram de ser superados nesta história que já se arrasta há mais de 18 anos.

Com a aproximação do fim do contrato que tinha sido estabelecido entre a Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN) e a National Telecommunications and Information Administration (NTIA), do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, foram preparados vários cenários de transição, sempre com oposição forte de um grupo de Estados norte americanos que não queriam perder o controle sobre a entidade que cordena a atribuição de “moradas” na internet, e que foi por várias vezes debatido no Congresso norte americano.

Em entrevista ao TeK, Andrea Beccalli, Stakeholder Engagement Team do ICANN, tinha admitido que a falta de acordo poderia levar a uma fragmentação da internet como a conhecemos. “Apesar de haver diferentes visões sobre a Governação da Internet, há um apoio alargado e forte para manter a unidade da Internet global. Alguns países podem preferir fragmentar a Internet em “segmentos nacionais da internet” como forma de reforçar o controle dos Governos em certas áreas da Internet e do conteúdo distribuído na rede. No entanto a Internet está desenhada para ser uma rede transnacional de redes, e a fragmentação da Internet só vai servir para reverter as vantagens económicas e a dinâmica da inovação que a internet conseguiu impulsionar até à data”.

O ICANN estava a trabalhar numa proposta alternativa desde outubro de 2014 e a meta inicial era conseguir a transição até final de 2015, mas o prazo foi protelado e acabou por ser fixado a 30 de setembro de 2016, mas desta vez com um final feliz.

Em comunicado à comunidade, Stephen D. Crocker, lembrou que foi o esforço de todos que conseguiu levar a transição a bom porto depois de um plano com mais de 18 anos. A validação do modelo de multistakeholder mostrou ser bem aceite pela comunidade e que este seria a melhor forma de garantir que a internet se mantenha livre, aberta e acessível como acontece atualmente.

Para os utilizadores de internet não há qualquer mudança ou diferença na experiência online com esta transição. Ao passar a coordenar os identificadores únicos da internet o ICANN tem um papel importante no ecossistema, reforçando a sua intervenção, mas tornando-se mais transparente e próxima da comunidade.

Mesmo assim continua a haver oposição ao processo e ainda recentemente o senador Ted Cruz afirmou que esta transição põe em causa a liberdade de expressão na internet.

Pelo contrário, a partir de Portugal o processo foi sempre visto com agrado, como o TeK validou junto de várias entidades.

 

 

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