Depois do lançamento da petição "Ler para Ver" que invoca a necessidade de melhorar as questões de acessibilidade electrónica, no dia 3 de Dezembro do ano passado, já 5,55 mil pessoas assinaram o pedido, um número que ultrapassa o valor mínimo requerido para o assunto ser debatido no Parlamento.



Mesmo assim, a petição continuará online, de forma a recolher mais assinaturas, uma vez que "é importante obter o maior número possível para que todos os pontos focados mereçam a atenção do legislador", afirmaram os responsáveis pela iniciativa, citados pelo jornal O Público.



O objectivo da acção é fazer com que os equipamentos electrónicos, a televisão, a Internet e outros serviços sejam disponibilizados tendo em conta as necessidades dos indivíduos portadores de deficiências.



A falta de condições específicas de acesso impede que os utilizadores com dificuldades visuais desfrutem convenientemente da maioria dos equipamentos electrónicos, usados diariamente, tais como as caixas Multibanco, máquinas de venda ao público, entre outros aparelhos e software.



No mês passado foi publicado um estudo, a pedido das Nações Unidas, onde estava patente a falta de condições de acessibilidade na Internet. A análise envolveu a avaliação de cem sites de 20 países, entre os quais, Alemanha, Áustria, Brasil, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, entre outros, de forma a averiguar os critérios básicos exigidos internacionalmente, neste campo.



Os resultados mostraram que apenas três cumpriam os requisitos, nomeadamente a página do Governo espanhol, do primeiro-ministro britânico e da Chanceler alemã.



A maioria das lacunas existentes nas páginas analisadas prendia-se essencialmente com a falta de textos explicativos dos gráficos apresentados, a ausência de contraste significativo entre as cores utilizadas e outros factores que impedem a utilização dos sites por parte dos cidadãos invisuais.

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