Até à data está apurado um montante total de compras realizadas na ordem dos 25 mil euros. São sobretudo tablets, computadores, outro material eletrónico, vestuário e outros bens. Todos foram adquiridos em lojas online, a partir dos dados de cartões de crédito de consumidores que, em muitos casos, ainda nem sabem que foram vítimas de um golpe, como admite ao TeK Manuel dos Santos, inspetor-chefe da Polícia Judiciária.



A PJ detetou o esquema no âmbito das suas atividades de monitorização a este tipo de crime. Conseguiu já identificar seis elementos pertencentes ao mesmo grupo, que embora sendo estrangeiros atuam só em Portugal, mas só conseguiu deter dois. Continua a trabalhar no caso para reunir indícios que permitam chegar aos restantes.



Nesse processo já identificou várias vítimas, que viram a informação dos seus cartões de crédito roubada e usada indevidamente e que vão agora ser contactados pelos respetivos bancos para serem informados - caso ainda não tenham identificado a situação - de que foram vítimas de burla.



As técnicas usadas pelo grupo para aceder aos dados dos cartões no caso em questão foram diversas, mas Manuel dos Santos admite que uma delas foi a recolha de informação pela monitorização de processos de compra online realizados pelos titulares dos cartões em sites legítimos e supostamente seguros.



O caso revela o que já se sabe: não há forma de estar 100% seguro na Internet, mas há mecanismos que podem reduzir a níveis inferiores os riscos corridos. Para prevenir este tipo de casos a solução mais eficaz neste momento passará pela utilização de cartões com um plafond controlado e dados válidos apenas para o momento de cada compra, reconhece o inspetor-chefe. A opção já é disponibilizada por vários bancos.



Os dois detidos são suspeitos de burla informática e associação criminosa, crimes punidos com penas máximas de cinco e nove anos de prisão, respetivamente. Têm 27 e 40 anos e vão ficar em liberdade, já que o tribunal determinou como medidas de coação apresentações periódicas e proibição de contactos.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico