Desde Outubro do ano passado o número de queixas apresentadas na Polícia Judiciária, relativas a fraudes com cartões de crédito aumentou. A maior parte das situações reportadas dizem respeito ao uso abusivo dos seus cartões de crédito por terceiros, normalmente em compras online. Os dados dos cartões chegam aos burlões a partir de roubos dos próprios cartões, mas também através da cópia de dados quando estes são utilizados para fazer pagamentos em restaurantes, bombas de gasolina ou hotéis. Outra forma é a utilização de técnicas mais sofisticadas, como phishing ou o skimming. A primeira técnica visa convencer o utilizador a entrar num site falso, normalmente uma cópia de uma página que ele use habitualmente, como o site do seu banco, ou de uma loja online. O segundo designa a clonagem de cartões.

A situação é descrita ao Metro pelo inspector Álvaro Tomé, que explica a transferência para a Internet dos crimes com recurso a cartões de crédito de terceiros, com a introdução de chips nestes cartões electrónicos. Este mecanismo adicional de segurança dificulta a duplicação de dados e impossibilita a compra física sem introdução de um código, elemento que continua a não ser necessário nas compras online.

De sublinhar que desde Outubro do ano passado a PJ detectou um aumento de 200 por cento no número de queixas relativas a situações com cartões de crédito, a maioria na Internet. Se até essa altura eram recebidas uma média de 15 denúncias por mês, desde Outubro esse número aumentou para 40.

A última detenção relacionada com este tipo de crime aconteceu precisamente ontem na Amadora e visou um homem que recorreu a 40 cartões de crédito diferentes para fazer compras online em lojas portuguesas, no valor de 20 mil euros.