Hoje é o Dia da Internet + Segura e estão a decorrer diferentes iniciativas de sensibilização aos internautas para práticas mais seguras enquanto navegam pelos websites e redes sociais. A Polícia Judiciária, através da sua Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), aliou-se à temática para deixar alguns conselhos aos utilizadores, alertando-os para os perigos à espreita no online e para façam uma mudança de comportamentos para maior segurança.
Salientando que a “saúde virtual” depende de cada um, a PJ alerta os utilizadores para não caírem em esquemas aliciantes, que transformam um cibernauta num “criminoso instantâneo”. É o caso dos chamados Money mules: “Ocupar o tempo a transferir fundos de uma conta para a outra e receber uma comissão por isso não é um emprego. É Crime”, salienta a UNC3T, reforçando que ganhar dinheiro fácil é perigoso e avisa para não se deixar levar na cumplicidade em crimes organizados.
Deve ainda desconfiar de anúncios que receba, sobretudo com ofertas de emprego. Um dos sinais a reter são os erros ortográficos e gramaticais em textos mal escritos, que por outro lado oferecem quantias avultadas de dinheiro, numa interação e transição feitas inteiramente online. Deverá dessa forma verificar sempre os dados das empresas que lhe fazem ofertas. Deve estar atento, sobretudo, a negócios e transações com recurso a dinheiro virtual. Sobretudo quando a temática do aumento do valor das Bitcoins tem sido bastante badalada. A PJ diz que o investimento desta moeda através da internet pode ser perigoso, por isso deve apenas utilizar em websites credíveis e devidamente certificados para o efeito.
Por outro lado, deve ter atenção em não fornecer os dados do cartão se não for para comprar algo. A PJ aconselha mesmo a nunca gravar os dados dos cartões com efeitos de pagamentos futuros. Da mesma forma, nunca deve adicionar um número de telefone estranho à sua conta bancária, visto que este dá acesso direto à movimentação da sua conta, como é o caso das burlas do MB Way. Ainda recentemente foi concedida a primeira pena de prisão em Portugal relacionado a este tipo de burlas. A PJ aconselha a não guardar no telefone informações sobre os cartões de crédito ou multibanco, tais como PINs, nem deve dar os códigos de ativação de acesso à app de MB Way a ninguém.
Relativamente ao malware, não deve clicar em links de mensagens suspeitas que receba na caixa do correio eletrónico, nem fazer o download de softwares estranhos. Se receber chamadas ou emails de fontes que digam ser de entidades fidedignas nunca dê informações privadas, pois as empresas nunca vão perguntar pelas mesmas.
Muitos emails desconhecidos são uma porta de entrada para o sistema do utilizador, por isso tenha atenção às campanhas de phishing, smishing e vishing. Deve sempre usar meios alternativos para confirmar ou denunciar os emails que recebe de empresas fornecedoras ou altos responsáveis a pedir para alterar dados bancários ou para fazer pagamentos para outra conta.
Durante a navegação nas redes sociais, tenha atenção a perfis que possam ser falsos, muitos ligados a simulações de relações amorosas. Nunca envie dinheiro a estranhos. Muitas vezes, perfis com pessoas atraentes servem como isco para conseguir a sua atenção. Por outro lado, é também aconselhado a não misturar a vida profissional com a pessoal, ou seja, não partilhar o endereço de email e passwords entre as redes sociais e as redes profissionais.
Deverá efetuar cópias de segurança, mantendo esses meios desligados após a realização do backup. De recordar que o ransomware pode acontecer a qualquer pessoa ou entidade. Ainda hoje a produtora polaca CD Projekt de The Witcher 3 e Cyberpunk reportou um ataque perigoso de ransomware. Lembre-se ainda de não dar acesso remoto a desconhecidos, e dessa forma manter os seus dados seguros e inacessíveis.
No caso de aceder a redes de wi-fi públicas, deve ter atenção na partilha de dados confidenciais. A PJ alerta que fotografar ou filmar outras pessoas sem o seu consentimento é crime. E por isso não deve carregar fotos de terceiros ou descarregar nas redes sociais. “Se não tiver autorização para aceder, não aceda”, reforça a PJ, descartando a desculpa de “ter ficado ligado”.
Ainda no que diz respeito às falsas identidades, a PJ alerta que muitos utilizadores com perfis falsos abordam as pessoas, aliciando-as para pedir dinheiro ou conteúdos íntimos. Assim, não deverá expor-se online, evitando campanhas de chantagem. Da mesma forma que não deve expor os filhos mais novos nas redes sociais, pois não controla quem está do outro lado a ver. “Os predadores sexuais estão mais perto do que pensas”, é referido na campanha. E se forem abordados, os jovens devem interromper a comunicação e não partilhar nada, e pedir ajuda.
O cyberbulling é outra ameaça online, e por isso deve intervir sempre que desconfie que os seus filhos estão a ser vítimas, seja nas redes sociais ou em chats de videojogos. Se isso acontecer guarde os endereços, faça captura de ecrãs e não responda de volta: faça queixa às autoridades. A PJ recorda que utilizar ferramentas tecnológicas com o objetivo de perseguir ou assediar uma pessoa também é crime.
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