Os números foram divulgados hoje na abertura da conferência Portugal Digital Summit, da ACEPI, que este ano conta com o Reino Unido como país convidado. “Portugal vive um momento importante. Nunca se falou tanto de digitalização mas, apesar do que se fala, o caminho a percorrer e potencial por concretizar são ainda enormes. É preciso mais, muito mais” , destacou Miguel Frasquilho, presidente do Portugal Digital Summit.
Segundo o estudo realizado com a IDC, mais de 7,5 milhões de portugueses usam a internet e mais de 3,5 milhões fazem compras online, um número que ainda tem muita margem de crescimento, como destacou hoje Alexandre Nilo Fonseca, presidente da ACEPI durante a abertura da conferência de dois dias que se vai centrar na Economia Digital.
Apesar da visão positiva de crescimento no mercado de compras eletrónicas em B2C, que prevê que 7,1 milhões de utilizadores em Portugal façam compras online em 2025, o presidente da ACEPI mostrou que a maioria dos compradores ainda usam o PC, com 97% dos casos, apresar do uso do telefone móvel tenha crescido para 62%. De acordo com os dados, 45% fazem compras fora de Portugal e um terço compra na China, com o Aliexpress a revelar-se o site mas utilizado nas compras na internet a nível internacional, sendo o OLX o número um em Portugal.
Vestuário, acessórios de moda, equipamentos de comunicações móveis e acessórios são os produtos de distribuição física mais adquiridos com recursos a internet e Alexandre Fonseca diz que “vemos crescimento de produtos alimentares e acreditamos que vai crescer ainda mais”, refere.
Do lado das empresas está o principal fator de atraso. 60% das empresas não têm presença online, e estas são tipicamente as pequenas empresas, com menos de 10 empregados. As compras eletrónicas em B2B ultrapassaram os 70 mil milhões de euros online, num crescimento de 11% face a 2016, devendo atingir os 131 mil milhões em 2025 de acordo com as previsões da ACEPI e da IDC.
“Das empresas que vendem online, 18% vendem fora de Portugal. É uma grande oportunidade que tem de ser aproveitada”, sublinha Alexandre Fonseca. A ACEPI está a desenvolver duas iniciativas que pretendem apoiar esta transformação digital e internacionalização das empresas, o Norte Digital e o Comerciodigital.pt, em parceria com outras associações e com recurso a fundos europeus, e tem vindo a desenvolver várias iniciativas, entre as quais um estudo com o benchmark dos 20 maiores mercados do mundo.
O Reino Unido é um dos mercados que as empresas portuguesas devem manter na mira, sendo um dos países mais desenvolvidos na economia digital e um dos principais mercados de exportação e fonte de investimento direto em Portugal.
E Alexandre Fonseca acredita que esta é uma oportunidade que as empresas portuguesas devem explorar, usando também o conhecimento da estratégia e a ligação e networking às empresas e organizações presentes no Portugal Digital Summit para se focarem neste mercado tão relevante.
Christopher James Sainty, embaixador do Reino Unido em Portugal, sublinhou a importância do Digital no desenvolvimento da economia, afirmando que as ligações históricas entre os dois países se reforçam nesta área. “Há muitos investidores portugueses no Reino Unido e investidores do Reino Unido em Portugal. Queremos que estas ligações se fortaleçam”, afirma. “Este Summit é uma oportunidade brilhante para desenvolver as ligações entre os dois países e as oportunidades económicas”.
Na sua intervenção, Miguel Frasquilho, presidente do Portugal Digital Summit, destacou também a importância do Reino Unido na economia digital e na Europa, e afirmou que esta parceria na conferência é uma mais valia indiscutível para o desenvolvimento do digital, dado o peso que tem no mercado Europeu mesmo com a aproximação do Brexit, que é uma mudança que se aproxima e para a qual as empresas têm de se preparar.
Já no primeiro painel da manhã, David Prodger, Deputy Director for International, UK Government Department for Digital, Reino Unido, foi mais longe explicando a estratégia do país para o Digital, e o investimento que está a ser feito as áreas da inteligência artificial, investigação e desenvolvimento e também na formação dos mais novos para os temas da literacia digital, desenvolvimento de código e preparação de competências para os novos desafios. “Os benefícios [do digital] para a Economia são grandes mas tem de ser bem usado”, referiu. “Queremos estar na linha da frente e tirar partido desta revolução”, sublinhou ainda.
Nota da Redação: A notícia foi atualizada após o fim do primeiro painel da conferência. Última atualização 12h47
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