A proposta tem por base a petição "Viver o Recreio Escolar sem Ecrãs de Smartphones!", que foi dinamizada por uma das fundadoras do Movimento e apresentada e discutida na Assembleia da República, a 7 de Dezembro de 2023. Esta já soma mais de 22,5 mil assinaturas, o que o Movimento Menos Ecrãs, Mais Vida defende que "demonstra a importância que o tema continua a suscitar na sociedade portuguesa".
Em dezembro o Governo do PS não descartou a hipótese de haver uma mudança legislativa quanto ao espaço do recreio, mesmo depois de ter sido pedido um parecer ao Conselho das escolas que diz que proibir os telemóveis não é solução. Agora o Movimento Menos Ecrãs, Mais Vida enviou um pedido de audiência ao Ministro da Educação, Fernando Alexandre, onde pretende apresentar propostas para a regulação do uso de smartphones nas escolas portuguesas.
Até porque as organizadoras do movimento, dizem que "o uso abusivo de smartphones na escola perpetua-se".
"O governo continua a dar autonomia às escolas sobre a utilização de smartphones em espaço escolar e portanto, salvo casos pontuais de escolas que impuseram restrições, na maioria delas o smartphone continua a ser usado livremente nos recreios, para grande prejuízo das crianças", explicam.
Em informação enviada às redações adiantam que, "dos 15 Agrupamentos de Escolas que, autonomamente, impuseram restrições (na sua maioria até ao 9º ano) essa mudança ocorreu por terem corpos docentes ou grupos de pais particularmente conscientes e atentos aos diversos prejuízos para a saúde física, emocional e aprendizagem das crianças e jovens". Referem também que "a maioria das escolas privadas também existem restrições, e os pais, naturalmente aplaudem".
“Precisamos de regulamentação que venha do governo com a atualização do estatuto do aluno, quanto ao uso de smartphones, em prol do bem-estar físico e psicológico das crianças e jovens”, defende Mónica Pereira, autora da petição e uma das fundadoras do Movimento Menos Ecrãs, Mais Vida.
Para as promotoras do movimento, que são mães e professoras, a restrição é uma forma de promover uma socialização saudável, combater a desatenção nas salas de aula, melhorar a aprendizagem e proteger as crianças do cyberbullying e do acesso precoce a conteúdos inapropriados para a sua idade, um contacto, em muitos casos, involuntário e profundamente perturbador.
Tal como têm vindo a explicar, o Movimento acredita que, "sendo este um problema de saúde pública, não é aceitável que sejam as Escolas e os seus diretores a decidir o que consideram ser melhor para os seus alunos". Lembram ainda que os estudos científicos mostram os "excelentes resultados das escolas onde se impuseram restrições, tanto em Portugal como internacionalmente" e apontam o recente estudo norueguês “Smartphone Bans, Student Outcomes and Mental Health”.
O Movimento Menos Ecrãs, Mais Vida foi criado em Janeiro de 2024 e sublinha ser "a favor do progresso e do uso de recursos tecnológicos. No entanto somos contra o retrocesso intelectual, os malefícios para a saúde e uma certa desumanização provocada pelo uso excessivo da tecnologia pelas crianças, em particular no espaço escolar". Entre as fundadoras está também a subscritora da petição contra a excessiva digitalização no ensino e a massificação dos manuais escolares digitais .
Nota da Redação: Foi feita uma alteração no primeiro parágrafo. Última alteração 12h33
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