No primeiro ano do projeto, registaram-se no portal e na formação presencial 105 mil portugueses, tendo sido formados 35.115. Para o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, estes números mostra o sucesso da iniciativa que “mudou a sociedade”, sublinhando que “Portugal foi o país com mais pessoas interessadas e, principalmente, com maior taxa de sucesso na aprovação”.
A formação é gratuita e estão disponíveis mais de duas dezenas de módulos que cobrem diferentes áreas do marketing digital, como por exemplo, pesquisa, email, redes sociais, redes display, vídeo, ecommerce e web analytics. Os formandos podem ver os tutoriais em vídeo, que são seguidos de atividades e, no final, podem fazer um teste que lhes permitirá obter uma certificação reconhecida pela IAB Europe.
O Governo confirmou recentemente que a Google vai abrir um centro em Oeiras e criar mais de 500 empregos, num investimento que foi considerado muito importante para o país. Francisco Ruiz Anton, diretor de assuntos Institucionais da Google Portugal e Espanha, confirmou hoje aos jornalistas que não se trata de um cal center como chegou a ser referido. “Temos ‘call centers’ [centros de atendimento telefónico], mas o escritório, o centro de inovação que a Google vai abrir para a Europa, Médio Oriente e África em Lisboa não é um ‘call center’”, garantiu.
O executivo detalhou que podem ser serviços financeiros de apoio à Google prestados a partir de Portugal, mas também outros serviços. "Falamos de todas [as vagas], depende dos serviços que prestem”, afirmou o responsável, quando questionado sobre quais os trabalhadores que a multinacional norte-americana procura no país.
A importância das competências digitais
Para o ministro da Economia, que falava na conferência da Google que hoje se realizou em Lisboa, quando o Governo lançou o Programa Indústria 4.0 reconheceu a importância de mobilização da sociedade portuguesa para os desafios da digitalização. O reforço da formação em matéria de competências digitais é um dos pilares deste Programa, e pretende acelerar a introdução de tecnologia na economia e responder ao desafio da competitividade das empresas.
Esta opinião é partilhada pela secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Maria Fernanda Rollo, que fez notar que “dois terços dos jovens portugueses não têm formação superior e é por isso que estes projetos são muitos importantes como estímulo para que continuem a sua educação superior”.
Maria Fernanda Rollo acrescenta ainda que “a literacia digital, a programação, a aquisição de competências digitais, em geral, contribui para aumentar a participação dos cidadãos num mundo crescentemente digital, em que a utilização intensiva das TIC (tecnologias de informação e comunicação) domina progressivamente todas as dimensões da atividade humana”.
O diretor de políticas públicas e relações internacionais da Google para Portugal e Espanha, Francisco Ruiz Anton, referiu que as competências digitais “são importantes para não perdermos o barco da 4ª Revolução industrial”, tendo em conta que, segundo a Comissão Europeia, a Europa precisará de preencher 820 mil vagas de trabalho na economia digital, até 2020.
Considerando este primeiro ano como um “grande ensaio geral”, Nuno Mangas, Presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, salientou o trabalho em rede, entre instituições de ensino e empresas, e a importância “da saída da Academia”, manifestando vontade de levar esta formação a mais sítios.
Nuno Mangas disse que, apesar de haver muita ambição e vontade em 2016, também “existiam muitas dúvidas, mas é muito gratificante termos tido um arranque tão bom”, apontando para os exemplos bem-sucedidos de Romina Fernandes, que trabalha como “digital marketeer” para uma empresa multinacional, e Raquel Gonçalves, fundadora de uma empresa de design gráfico que decidiu alargar as competências através do curso presencial em Peniche.
O Atelier Digital da Google foi lançado em Setúbal em dezembro de 2016 e conta quer com uma formação presencial, quer com formação online. Nesta primeira fase as formações aconteceram nas cidades de Lisboa, Setúbal, Leiria, Aveiro, Porto e Peniche.
Presencialmente, os formandos têm três dias de “treino” que incluem temas como a otimização para motores de pesquisa, marketing para motores de pesquisa, marketing nas redes sociais e mobile, análise de Web e Internacionalização. A formação online é composta por 26 módulos que cobrem diferentes áreas do marketing social (pesquisa, e-mail, redes sociais, redes display (publicidade), vídeo, e-commerce ou dispositivos móveis, entre outros).
No final do ano de 2017 foram acrescentados três novos módulos (planear a estratégia empresarial online, começar a utilizar o marketing de conteúdo, e transformar dados em informações), bem como dois módulos adicionais (aumentar a produtividade no trabalho e introdução à aprendizagem automática).
A iniciativa tem continuidade este ano e a primeira formação presencial vai decorrer de 28 de fevereiro a 02 de março no Instituto Politécnico de Setúbal.
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