O investimento publicitário líquido em Portugal teve uma quebra de 11% em 2011, retrocedendo para valores abaixo dos 600 milhões de euros. Entre os meios disponíveis, o digital foi o único a contrariar a tendência negativa sentida e a crescer.



Os dados são da agência de meios Iniciative que contabiliza em 10% a subida do investimento publicitário naquele formato. Ainda assim, os meios digitais representam apenas 6% do mediamix, liderado a grande distância pela televisão, com 60%.



A imprensa continua a garantir a segunda posição, reunindo 15% do investimento total, apesar de ser "o meio mais penalizado dos últimos anos". As quebras são sucessivas desde 2008, aponta a Iniciative na sua análise, "fruto das alternativas que têm surgido, nomeadamente nas plataformas digitais".



Distribuição e Veículos a Motor foram, nesta ordem, as categorias que mais investiram em publicidade ao longo de 2011, por oposição aos anunciantes de Bebidas Alcoólicas.



Maior interatividade e partilha de conteúdos são apontadas pela Iniciative como as tendências que se destacaram da análise do mercado ao longo de 2011, sobretudo em termos de rádio e televisão.



"Na rádio, verificamos uma exploração de novas formas de ativação das marcas, mas também a partilha de conteúdos entre a emissão dos programas e as plataformas online das estações", refere Alberto Rui Pereira, diretor geral da Initiative Portugal, num comunicado enviado à imprensa.



No caso das televisões, "a aposta é a de formatos de entretenimento produzidos localmente, em que os espectadores são convidados a interagir com os programas através das plataformas online".



A queda do investimento publicitário em Portugal registada durante o ano passado deverá estender-se a 2012, em valores que irão situar-se na casa dos 10 a 15%, prevê a agência de meios.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Patrícia Calé