Investigadores analisaram as atividades no Facebook de milhares de apoiantes do Estado Islâmico (EI) em 96 países e descobriram que a rede social “apresentava” os simpatizantes da organização terrorista uns aos outros através da opção “Pessoas que talvez conheças”.

Um dos autores do relatório descreveu como começou a ser inundado com sugestões de amizade de pessoas de alguma forma ligadas a organizações terroristas, depois de visitar várias páginas noticiosas sobre uma revolta islâmica nas Filipinas,

Outro exemplo apontado foi o envio de um pedido de amizade de um indonésio apoiante do ISIS a um utilizador norte-americano que se definiu como não sendo religioso, mas com interesse no Islão.

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Ao fim de seis meses e depois de ir recebendo continuamente mensagens e links com informação radical, o utilizador passou de “não ter uma religião clara para se tornar um muçulmano apoiante do ISIS”, esclareceu Robert Postings, um dos autores do estudo.

“No seu desejo de ligar tantas pessoas quanto possível, o Facebook criou inadvertidamente um sistema que ajuda a ligar extremistas e terroristas”, afirmou Postings, em declarações ao The Telegraph.

O Facebook foi alertado para esta questão, mas os investigadores acusam a rede social de não fazer o suficiente, uma vez, seis meses depois, menos de metade das contas foram suspensas.

Um suspeito terrorista no Reino Unido chegou mesmo a reativar a sua conta no Facebook nove vezes, apesar de ter postado vídeos de propaganda terrorista.

Para os investigadores, este projeto revelou a incapacidade “ou falta de vontade do Facebook em lidar eficientemente com conteúdo extremista”, permitindo que se tornasse um lugar propício às ações de propaganda e campanhas de recrutamento de novos membros de organizações terroristas.