No âmbito do Dia Mundial da Consciencialização para a Acessibilidade, comemorado este dia 19 de maio, foi feita uma chamada de atenção para um mundo tecnológico que muitas vezes “ignora” os utilizadores com limitações físicas ou necessidades especiais. Segundo a Agência para a Modernização Administrativa (AMA), cerca de 1 milhão de portugueses não consegue aceder a algumas páginas de internet, seja pelos erros de construção a nível de design, dos seus conteúdos, impedindo que utilizadores com algum tipo de deficiência tenham uma experiência confortável.

E apesar das iniciativas de consciencialização, como o dia que hoje se comemora, a AMA destaca uma análise da WebAIM realizada a 1 milhão de websites em maio de 2020, constatando-se que 98% dos endereços falhavam em pelo menos um dos critérios das Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG 2.1). As páginas de entrada tinham em média 61 erros. Entre as falhas mais comuns o destaque vai para o texto com baixo contraste (86%), falta de legendas nas imagens (66%), links vazios (60%), falta de etiquetas nos formulários (54%), botões vazios (29%) e falta de identificação do idioma do documento (28%).

Felizmente as tecnológicas estão cada vez mais atentas a este problema e aos poucos vão partilhando algumas iniciativas e melhorias para tornar os seus produtos e serviços mais acessíveis. O SAPO TEK já tinha realizado um dossier dedicado ao tema da acessibilidade e sobre as iniciativas que estão a ser feitas para diminuir o “gap” entre a tecnologia e os utilizadores com necessidades especiais. De destacar os gadgets e aplicações nas tecnologias que querem fazer diferenças na vida das pessoas com deficiência.

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À boleia do dia especial que se comemorou esta semana, a Apple e a Google têm novidades para os seus sistemas operativos. No caso da Apple, a fabricante revelou as funcionalidades de software que vai introduzir nos seus sistemas operativos, para ajudar utilizadores com deficiências a navegar, conectar-se e tirar o máximo de proveito dos produtos da marca.

Para tal, a Apple diz que vai unificar sistemas baseados em hardware, software e machine learning para ajudar pessoas cegas ou com visão limitada. Por exemplo, utilizar os seus equipamentos para detetar portas, assim como usar controlos de voz, legendas em tempo real no iPhone, iPad e Mac. Está também a expandir o sistema de leitor de ecrã VoiceOver com suporte a cerca de 20 novas línguas, numa funcionalidade a chegar no final do ano através de atualizações. Todas as novidades da Apple de acessibilidade podem ser consultadas ao detalhe na sua página oficial.

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A Google revelou também que o seu próximo sistema operativo, Android 13, vai ter suporte nativo para ecrãs em braile. O objetivo é tornar os equipamentos mais práticos, aumentando a acessibilidades de pessoas cegas. Anteriormente, o suporte era feito através da instalação de aplicações, mas numa futura atualização passa a fazer parte nativamente do seu sistema operativo. Vai ser possível navegar em menus, aplicações, enviar mensagens e emails, fazer chamadas e outras possibilidades.

No entretenimento, empresas como a Netflix apanhou a boleia, revelando também novidades de acessibilidade. Neste caso, vai expandir a sua oferta da audiodescrição e de legendas descritivas a novos idiomas, incluindo o português, o francês e espanhol.

A Microsoft tem vindo a lançar produtos direcionados para jogadores e utilizadores com deficiências. Recentemente anunciou um conjunto de acessórios que prometem facilitar o dia-a-dia daqueles que têm a sua mobilidade limitada. Desta nova coleção constam apenas aparelhos sem fios, como um rato adaptado, um botão programável e um hub externo que permite gerir as conexões externas ao PC. A tecnológica sublinhou que todos estes modelos podem ser utilizados com outros acessórios já existentes, como modificados através de complementos 3D. Revelou ainda funcionalidades de leitura avançada disponíveis para os seus principais programas, como o Office (Word, Outlook, OneNote), o Teams, o Edge e outras.

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A sua divisão de gaming, Xbox, o dia serviu para chamar a atenção que existem 400 milhões de jogadores com deficiências a jogar espalhados pelo mundo. Entre as novidades reveladas, a facilidade em conectar as comunidades é salientado, incluindo parcerias com os estúdios para introduzir funcionalidades de acessibilidade. A Microsoft afirma que os projetos devem ser iniciados com estas comunidades em mente e que o investimento em acessibilidade é também uma prioridade da empresa e até abriu um centro de recursos para ajudar os developers em todas as etapas da produção.

E por falar em videojogos mais acessíveis, a contribuição da Sony para este dia foi mesmo a partilha das novidades de acessibilidade de God of War: Ragnarok, que está em produção. A gigante tecnológica revelou mais de 60 parâmetros de ajustar o gameplay às necessidades de cada jogador. Uma delas é a corrida automática da personagem, para evitar que jogadores com deficiência não tenham de premir botões adicionais. Poderão ainda modificar o sistema de mira ou de bloqueio dos inimigos. Por outro lado, ao nível das legendas, há várias novidades de personalização para quem tem problemas de visão, sejam as cores como o tamanho das fontes.

Anteriormente considerados mercados de nicho, as empresas parecem agora olhar com maior importância para as questões de acessibilidade, das mais simples soluções às questões profundas. Não só os produtos adaptados a quem mais precisa, como outros criados de raiz para este público. 

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