As tentativas da indústria discográfica para impedir a troca de ficheiros de
música em redes online nunca irão resultar, segundo investigadores da
Microsoft, que
elaboraram recentemente um estudo sobre o assunto.
Os quatro investigadores acreditam que a proliferação dos sistemas
de troca de ficheiros e as melhorias na sua organização irão eventualmente
fazer com que os mesmos sejam impossíveis de encerrar. Por outro lado, a
disseminação gradual dos gravadores de CD e DVD irá ajudar a frustrar
qualquer tentativa para controlar aquilo que se pode fazer com a música que
se compra.
Preparado para o workshop Digital Rights Management, na
conferência anual da Association
for Computing Machinery sobre Segurança na Informática e nas
Comunicações, o relatório descreve as tentativas para impedir que se copiem
músicas de CDs e que se partilhem as faixas através de redes
peer-to-peer como a Kazaa e a Madster.
Menciona-se, por exemplo, que para impedir esta considerada forma de
pirataria começam-se a produzir CDs que não tocam em computadores. A
indústria discográfica tem ainda recorrido aos tribunais para encerrar os
sistemas de troca de ficheiros de música, até agora com algum sucesso.
Mas, o estudo indica que até mesmo estas tentativas vão acabar por
se revelar inúteis. O sucesso obtido no encerramento do Napster ficou
inteiramente a dever-se ao facto que muitos destes sistemas terem poucas
pessoas a fornecer o material que é trocado, referem os investigadores da
Microsoft citados pela BBC
News.
Salienta-se, assim que o crescimento dos acessos em banda larga e a
diminuição do custo do armazenamento de dados irá significar que o número de
pessoas a desejarem trocar ficheiros de música online rapidamente
ultrapassará aqueles que os desejam encerrar. O crescimento dos sistemas de
instant messaging também trará o seu contributo a esta perda gradual
de controlo.
No relatório são igualmente assinaladas as falhas técnicas nos
sistemas impeditivos à cópia e as principais críticas dirigem-se aos
sistemas de marca de água, que segundo os investigadores estão condenados a
falhar.
Embora ligados à Microsoft, os cientistas referem que as conclusões
do estudo reflectem o seu ponto de vista e não o da gigante do
software. Para eles os sistemas de troca de música já são os
vencedores e a indústria discográfica só poderá competir nos mesmos termos
se facilitar o acesso à música, ao mesmo tempo que diminui os seus preços.
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