O pedido de acesso a informação dos utilizadores de serviços de grandes empresas tecnológicas é um procedimento habitual do Governo norte americano, mas nos últimos anos os processos têm-se intensificado, envolvendo por vezes alguma polémica.

Muitas vezes as informações obtidas podem ajudar a desbloquear investigações, impedir fraudes ou rastrear criminosos mas, para além disso, servem também de apoio a análises menos aprofundadas sobre as práticas da empresa em questão.

Neste primeiro relatório de transparência, a Uber torna público vários números. Apenas nos últimos 6 meses de 2015 foram remetidos cerca de 33 pedidos por parte de agências reguladoras aos quais a Uber acedeu, não sem, por vezes, oferecer alguma resistência. Deste conjunto de solicitações apenas 21,2% foram atendidas sem qualquer tipo de negociação.

Em 42,4% dos casos as informações foram cedidas num contexto mais restrito do que o pedido e, em 36,7% das vezes, apesar da empresa se ter debatido para cortar parte dos dados, não lhe foi dada essa permissão, sendo obrigada a corresponder à totalidade das informações requisitadas.

Por parte dos aeroportos foram remetidos cerca de 34 pedidos que, entre motoristas e passageiros, implicou a cedência de registos de quase 2 milhões de utilizadores. Todas as informações foram entregues como pedido.

Já por parte dos tribunais e forças de segurança foram formulados mais de 400 pedidos. 84,6% destes obtiveram resposta por parte da Uber enquanto 15,6% foram retirados ou não puderam ser correspondidos. "Uma grande parte dos pedidos que recebemos das autoridades estão relacionados com investigações a fraudes e ao uso de cartões de crédito roubados" pode ler-se no relatório.

Numa declaração emitida pela empresa no seu site oficial, a Uber justifica a sua resistência em aceder prontamente aos pedidos que recebeu. "É claro que os reguladores vão sempre precisar de uma certa quantidade de informação para serem eficientes, tal como os tribunais e as forças de segurança. Mas em muitos casos eles enviam-nos pedidos em branco sem explicar porque é que precisam da informação ou como é que a vão usar."

Apesar de não ter cooperado com todos os pedidos remetidos, os números de solicitações são elevados quando comparados com os relatórios de outras empresas. Note-se que o Twitter, por exemplo, relatou em 2013, 1.009 pedidos de informação repartidos por 36 países diferentes enquanto este primeiro relatório da tecnológica dos transportes é referente apenas aos Estados Unidos da América.

No futuro a empresa planeia publicar relatórios de 6 em 6 meses e vai expandir o foco da informação a outros países onde opera. Actualmente a Uber faz cerca de 3 milhões de viagens diárias em 66 países diferentes.

Pode consultar o relatório na íntegra aqui

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