Raiva é o sentimento mais frequente entre aqueles que já foram vítimas de ataques informáticos, mas quase todas afirmam sentir responsabilidade pelo sucedido, revela um estudo recente da Symantec, que procurou avaliar o impacto psicológico desta realidade em 14 países.

Dos sete mil internautas entrevistados, 65 por cento admitiram já ter sido vítimas de ameaças online, desde esquemas fraudulentos a malware ou assédio por parte de predadores sexuais. Em todos estes casos, a culpa está presente, com as vítimas a sentirem-se responsáveis pelo que lhes aconteceu.

Entre as várias ameaças, os vírus e o malware são as que mais utilizadores afectam, com 51 por cento dos entrevistados a afirmar terem sofrido infecções. Esquemas fraudulentos (10%), phishing (9%), ataques a perfis em redes sociais (7%), fraude com cartões de crédito (7%) e assédio por predadores sexuais (7%) são as que se lhes seguem na lista.

No que respeita à culpabilização por parte das vítimas, o phishing é a prática que mais suscita este tipo de sentimentos entre os afectados. Setenta e oito por cento afirmam sentir-se "altamente responsáveis" pelos ataques deste género que sofreram. Os esquemas fraudulentos (globalmente considerados) despertam a mesma sensação em 77 por cento dos casos e 73 por cento consideram-se responsáveis pelas infecções por vírus e outros tipos de malware que as suas máquinas sofreram.

Esta ideia, associada à de que não será feita justiça, faz com que a maior parte dos visados não faça queixa à polícia dos ataques, tendo as forças de segurança sido referidas como o meio a contactar por apenas 44 por cento dos entrevistados.

O sentimento de impotência é apenas mais um, a somar à lista das reacções "emocionais" ao cibercrime disponibilizada pelos autores do estudo, que também afirmam que apenas 9 por cento dos entrevistados se sentem "muito seguros" online, 86 por cento estão preocupados com as ameaças na Web e 28 por cento esperam mesmo ser vítimas de fraude.

[caption]Imagem da Symantec[/caption]

Apesar disso, apenas 51 por cento dos adultos antecipam uma mudança dos seus comportamentos online caso sejam vítimas de ataques.