O Estado norte-americano da Geórgia junta-se à lista das jurisdições norte-americanas onde deixou de ser permitido usar a rede social chinesa TikTok em equipamentos profissionais. A proibição estende-se a outras duas plataformas sociais, o WeChat, também detido por uma empresa chinesa, e o Telegram, de uma empresa russa, e a justificação é a mesma.
O Governador explicou, numa declaração citada pela Associated Press, que o Estado da Geórgia “tem a responsabilidade de prevenir qualquer tentativa de acesso aos seus dados seguros e informações sensíveis, por adversários estrangeiros”. Como reforça a mesma declaração, "o nosso dever é tomar medidas para preservar a segurança e proteção do nosso Estado contra o Partido Comunista Chinês, entidades por ele controladas e outras ciberameaças estrangeiras".
Pelo menos, mais uma dezena de Estados norte-americanos pensam da mesma forma e têm também já em vigor medidas semelhantes. Esta quarta-feira, o Senado dos Estados Unidos aprovou igualmente a proibição da rede social em equipamentos ligados aos servidores federais. A decisão ainda tem de ser validada pela Câmara dos Representantes, mas a aprovação por unanimidade no Senado não faz antecipar grandes dificuldades na confirmação da medida.
Na lista de Estados que também já proibiram a utilização do TikTok em equipamentos profissionais estão o Alabama, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Maryland, Texas, Iowa, Nebraska, Oklahoma, Carolina do Sul ou Utah. O Indiana avançou já este mês com um processo contra a empresa, relacionado com questões de segurança e proteção dos jovens.
Os Estados Unidos têm insistido nos riscos para a privacidade associados à utilização do TikTok, em diferentes momentos. O ex-Presidente Donald Trump tentou mesmo obrigar a ByteBance, dona do TikTok, a transferir as operações nos Estados Unidos para a gestão de uma empresa local, mas a operação acabou por falhar. Mais tarde baniu a app, mas a decisão acabou por ser revogada pelo sucessor Joe Biden.
As preocupações, no entanto, mantiveram-se e a empresa tem tomado algumas medidas para acalmar os ânimos, como a decisão de passar a encaminhar todo o tráfego gerado no país para servidores da Oracle, em vez de enviá-lo para a China como fazia antes e como veio a público nessa altura.
Recentemente o diretor do FBI, Chris Wray, voltou a sublinhar que a China pode estar a usar o TikTok para aceder a dados de utilizadores dos EUA, afirmações que o governador da Geórgia também citou na declaração onde justifica a medida agora aplicada, que também afeta todas as instituições de ensino públicas.
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