A tecnologia é uma grande oportunidade também para o setor público como ficou demonstrado na sessão NEW WAVE OF PUBLIC ADMINISTRATION DIGITAL SERVICES do 32º Congresso da APDC.

“Já algumas coisas foram feitas na AP, mas queremos mais. A tecnologia permite fazer muito mais e queremos elevar a fasquia dos serviços públicos” referiu João Dias, Presidente da AMA, na intervenção de abertura do painel. A intenção é “revolucionar o que é o atendimento publico, para ser mais simples”.

De momento a AMA está a redesenhar um conjunto de serviços e a mudar a sua forma de entrega. Irá depois trabalhar com todos os parceiros e criar canais integradores. “O objetivo é ser o primeiro canal onde o cidadão ou empresa se possa deslocar e onde encontra um conjunto de serviços das várias áreas do Estado”, explicou o responsável.

“Estamos a fazer um trabalho que não se vê e que espero que se vá ver em breve, com a materialização de tudo o que está a ser desenvolvido”, refere João Dias, Presidente da AMA

Para o Presidente da AMA, o futuro está cheio de oportunidades, nomeadamente com o tema da IA, que abre um mar de possibilidades extraordinárias aos serviços públicos. “A tecnologia é uma oportunidade grande também para o setor público e estamos muito empenhados para fazer um bom uso da tecnologia”.

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A jornada de transformação digital na Segurança Social começou em 2017, com a estratégia “Segurança Social Consigo”, que teve alguns projetos emblemáticos, como o simulador de pensões. Hoje, segue-se uma estratégia de auscultação das necessidades dos cidadãos e empresas, referiu Paula Salgado, Presidente do Instituto de Informática.

“A pandemia foi fulcral para que as pessoas compreendessem a panóplia de serviços da Segurança Social Direta”, diz Paula Salgado

Os cidadãos estão cada vez mais exigentes, considera Paula Salgado, e isso tem impacto e pressão nas instituições. “Nos últimos anos os nossos trabalhadores compreenderam que o caminho é digital e com as ferramentas digitais conseguem responder mais depressa e de forma mais eficiente”.

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Filomena Rosa concorda. “Os funcionários compreendem as mais-valias das tecnologias e percebem que podem libertar por exemplo tempo em tarefas repetitivas.” A Presidente do Instituto de Registo e Notariado destacou a importância do PRR, fundos que no IRN vão servir para rever os ciclos de vida dos serviços e garantir maior integração com toda a Administração Pública e valorizando os dados. Apontou a Plataforma de Dados à Distância, que permite, por exemplo, reconhecer assinaturas ou fazer procurações à distância, já em piloto, e o Pedido de Nacionalidade Online, um serviço em desenvolvimento.

Do ponto de vista dos funcionários, na Autoridade Tributária não há a sinalizar qualquer resistência à mudança, referiu Mário Martins Campos, existindo pelo contrário uma resistência à não digitalização. “Necessitamos, todavia, de upskill de colaboradores, que precisam de um conjunto de abordagens e competências diferente que a generalidade dos funcionários tem”, sublinhou o subdiretor dos sistemas de informação da Autoridade Tributária.

O responsável destacou que o PRR é um momento importante e todos os organismos da Administração Pública têm objetivos alinhados. É “um momento de oportunidade e de alinhamento de planos com os objetivos do país”. Neste âmbito, a Autoridade Tributária está a desenvolver um projeto relativo à avaliação da propriedade rústica.

Mário Martins Campos referiu ainda que a AT tem uma enorme percentagem de serviços públicos digitais, mas cerca de 60% dos utilizadores não optam como primeira opção pelos serviços digitais face aos tradicionais. “Devemos atuar neste fator também: temos que eliminar o receio de erro na interação com os serviços públicos, colocar-nos na pele dos cidadãos para compreender as suas expectativas”, apontou.

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