"Portugal está a fazer um trabalho fantástico nas energias renováveis, falo sempre nisso. e agora na sustentabilidade dos negócios", afirmou esta manhã Al Gore, ex vice presidente dos Estados Unidos e vencedor de um prémio Nobel, na conferência organizada pela SAP que reuniu no Centro de Congressos do Estoril mais de mil profissionais da área de TI e gestores de empresas.

Este reconhecimento foi o ponto inicial de uma apresentação virada para os riscos das mudanças climatéricas, que afectam a sociedade e as empresas e que não podem ser ignoradas, sob o risco de deixarmos como legado às gerações futuras um verdadeiro "inferno na Terra".

Al Gore garantiu que os elogios feitos a Portugal não se tratam de lisonja pura e simples. "Acredito verdadeiramente que Portugal está a ajudar a liderar o caminho. Já o disse muitas vezes", afirmou, referindo não só o investimento na energia eólica, solar e das ondas, como o uso de biofuels e de agricultura sustentável.

Numa plateia dominada por gestores e pessoas ligadas ao mundo dos negócios, Al Gore adaptou ligeiramente o discurso para lembrar que existem oportunidades que as empresas devem aproveitar na sustentabilidade, usando as tecnologias para se tornarem mais eficientes.

"Comprometer-se com a sustentabilidade não é só empenhar-se a nível ambiental, mas ser responsável quanto às políticas de recursos humanos e ter atenção a pequenos pormenores para evitar desperdícios", avisa.

O ex vice presidente dos Estados Unidos defendeu também que as empresas com práticas sustentáveis acabam por conseguir recompensas na fidelização de clientes, na retenção dos colaboradores e na capacidade de atrair os mais criativos e aumentar a produtividades interna.

A prova da importância de aplicar as tecnologias e envolver as empresas em práticas sustentáveis é também feita pela SAP, que garante que este empenho não compromete a competitividade das empresas.

No SAP Business Forum, que hoje decorre no Centro de Congressos do Estoril, várias empresas foram chamadas a dar o seu testemunho na área da sustentabilidade, nomeadamente a EDP, Portucel e Somague.

A própria SAP acelerou no último ano a execução da sua estratégia de sustentabilidade, um caso contado durante a manhã por Peter Graf, o primeiro Chief Sustentability Officer da empresa. Em 2009 a SAP usou energias renováveis para suprir 33% das suas necessidades energéticas e reduziu as suas emissões de carbono em 16%, poupando 130 milhões de dólares.