A Apple conseguiu obter uma exclusão das taxas de importações chinesas de 15% em produtos como o iPhone, o iPad e MacBooks. As tarifas que entrariam em vigor a 15 de dezembro fariam, por exemplo, com que o valor dos smartphones da empresa da maçã sofressem um aumento na ordem dos 150 dólares.
A decisão surge após a assinatura da primeira fase de uma “trégua” comercial entre a China e os Estados Unidos, avança a Bloomberg. De acordo com Dan Ives, da Wedbush Securities, o acordo foi uma espécie de “prenda de Natal” de Donald Trump para a Apple, uma vez que conseguiu prevenir uma queda acentuada na procura de equipamentos numa época tão crucial como a natalícia. O analista afirma que, caso a gigante de Cupertino aumentasse o preço do iPhone, a procura iria sofrer um decréscimo de 6% em 2020.
Em novembro, a Apple voltou a requerer à Agência de Política Comercial dos Estados Unidos, a Federal Trade Comission, a isenção das taxas de 15% em 11 dos seus produtos, incluindo AirPods, componentes utilizados na reparação de iPhones e computadores iMac. No pedido de exclusão, a empresa indicou que não conseguiu encontrar fabricantes fora da China que sejam capazes de satisfazer a procura norte-americana pelos seus produtos.
Nos últimos anos, a China tem sido a principal base de produção da Apple, não só pelo facto de ter conseguido recrutar centenas de milhares de trabalhadores qualificados de modo a responder aos pedidos em rápido crescimento, como também pelo complexo ecossistema de componentes e logística que se gerou em torno destes locais de produção.
Em junho deste ano, a Apple planeava deslocar entre 15% a 30% da sua produção para fora da China. A empresa considerava ser um risco demasiado elevado depender tanto da produção chinesa, tendo agravado as suas preocupações com a crescente tensão entre Washington e Pequim. No entanto, uma vez que a gigante tecnológica não está a conseguir deslocalizar a produção dos seus produtos para fora da China, o seu CEO, Tim Cook, apostou em exercer pressão sob o governo norte-americano para proteger os seus produtos.
Em setembro deste ano, os reguladores norte-americanos aprovaram 10 dos 15 pedidos para isenções nas tarifas requeridos pela Apple. No entanto, a empresa não conseguiu escapar às taxas de 25% em cinco dos componentes do novo Mac Pro. A exclusão foi negada, pois os pedidos falharam em demonstrar como a imposição de taxas de importação causaria graves consequências negativas a nível económico.
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