Em 2018 o investimento das companhias aéreas e da indústria de aeroportos em Tecnologias da Informação cresceu para os 50 mil milhões de dólares, focados na melhoria da jornada dos passageiros. Os números publicados pela SITA, baseados num relatório que foi hoje publicado, revelam também que este investimento está a ter resultados na satisfação dos passageiros e na redução do tempo de espera.
Sergio Colella, presidente da SITA para a Europa, lembra que o número de passageiros vai duplicar nos próximos 20 anos, atingindo os 8 mil milhões, e que 600 milhões vão viajar no espaço da Europa, não só nos principais aeroportos (T1) mas também nos aeroportos de média dimensão (T2 e T3), o que levanta novos desafios às empresas, sendo necessário garantir uma experiência semelhante nos diferentes espaços. Ao mesmo tempo os aeroportos estão a ficar limitados na sua capacidade, sobrecarregados de voos e passageiros sem terem espaço físico para crescer, e é preciso evitar o impacto negativo nas pessoas.
“Precisamos de fazer novamente que as viagens sejam divertidas”, afirma Sergio Colella, durante um encontro com a imprensa que está a decorrer em Lisboa no âmbito do SITA EURO IT Summit 2019.
Matthys Serfontein, president da SITA Air Travel Solutions, defende que uma parte da solução passa pela partilha de dados entre os operadores, permitindo melhorar a experiência do passageiro sem afetar a segurança e sem perder a informação que dá vantagens competitivas a cada uma das companhias aéreas.
O investimento na automatização da jornada do passageiro, com simplificação de check in e controles de segurança, informação de tempos de espera, abertura de portas de embarque e entrega de malas está a melhorar a experiência nos aeroportos, e Mathhys Serfointein garante que isso é uma boa notícia, mas que tem de ser ainda reforçada e estendida a todos os aeroportos.
Cloud, Cibersegurança e Business Intelligence
O relatório que foi divulgado mostra que 63% dos CIOs registaram no último ano uma melhoria da satisfação dos passageiros e redução do tempo de “processamento”, ambos resultado do investimento em tecnologia, que também ajudou a melhorar a performance do negócio.
Apesar de existirem diferenças entre o foco de investimento das companhias aéreas, mais centradas em BI e Biometrics, e as empresas gestoras de aeroportos, onde a Inteligência Artificial domina, em ambos os casos o investimento em TI está a aumentar também de peso em relação às suas receitas. Para as companhias aéreas representa já 6,06% e as projeções para 2019 mostram intenções de manter o nível de crescimento.
Do ponto de vista operacional, as ferramentas que fornecem uma visão em tempo real das operações, e permitem uma gestão proactiva das bagagens e fluxos dos passageiros, da localização dos ativos, a gestão dos aviões e do seu parqueamento e portas de embarque, são prioritárias, como mostram as intenções de investimento reveladas no estudo.
A segurança é obviamente uma das principais preocupações, sobretudo pela duplicação de processos de validação de identidade dos viajantes. Matthys Serfontein afirma que nada incomoda mais um passageiro do que fazer o controle de segurança nos Estados Unidos antes de viajar para a Europa e ter de repetir o mesmo quando chega ao Espaço europeu. “Temos de por todas as entidades ‘na mesma página’ no controle de segurança. Este é um dos maiores desafios”, afirmou em resposta aos jornalistas.
E a privacidade? Sergio Colella garante que os passageiros estão cada vez mais confortáveis com partilhar informação pessoa desde que tenham confiança de que a sua identidade digital é bem gerida e na medida em que isso lhes traz benefícios, e por isso mesmo as soluções biométricas, ligadas a programas de fidelização, estão a crescer.
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