O que acontece quando se combina um marketplace com uma rede social? É a esta pergunta que a portuguesa Bloop quer dar resposta. A startup está a preparar-se para lançar este ano uma nova plataforma de compras online e já conseguiu arrecadar 1,4 milhões de euros em financiamento privado, como revelado num encontro com jornalistas em Lisboa, em que o SAPO TEK participou.

Tendências como marketing de influência, assim como marketing de afiliados, ganharam força ao longo dos últimos anos, alavancadas pelas redes sociais. Dentro do segmento do social commerce, a empresa viu uma oportunidade no social shopping, focado sobretudo nas opiniões de utilizadores comuns, explica Francisco Rodrigues, CEO e fundador da Bloop.

Em linha com o responsável, João Neves, CTO e cofundador da Bloop, detalha que a necessidade de ser um influencer é, em muitos casos, uma “barreira”. Para a empresa, o objetivo passa por dar a mais pessoas a oportunidade de darem as suas opiniões, mas também de poderem ser remuneradas por isso, criando o que descreve com um "sistema autossustentável e democrático".

Bloop
Bloop João Neves (CTO e cofundador) e Francisco Rodrigues (CEO e fundador) da Bloop créditos: Bloop

Fundada em 2022, a Bloop começou a dar os primeiros passos como startup em 2024. Como admitem os fundadores, a startup demorar mais tempo para levantar capital não só pelos desafios do panorama de investimento em Portugal, mas também porque  queria assegurar que tinha uma plataforma que pudesse ser levada para outros mercados.

Da ronda de financiamento privada pre-seed de 1,4 milhões de euros, liderada pela Monarque Funds e pela Insure Broker, 410 mil têm origem numa campanha de crowdfunding privado realizada em Portugal e que envolveu 126 investidores. De acordo com os fundadores da Bloop, a startup conta atualmente com mais de 150 investidores.

Como vai funcionar a plataforma da Bloop?

Mas como é que vai funcionar a plataforma da Bloop? Nesta mistura entre marketplace e rede social, os utilizadores são recompensados, através de incentivos, por partilharem as suas experiências reais sobre os produtos que compram

Segundo a empresa, o modelo de incentivos vai permitir que os utilizadores ganhem até 10% do valor da compra em créditos na carteira da plataforma ao fazerem uma publicação que recomende o produto; e até 5% por venda gerada através de referências (compras realizadas pela recomendação do utilizador).

Os créditos podem ser depois utilizados para comprar produtos à venda na plataforma. De acordo com Francisco Reis e João Neves, a empresa terá em prática medidas para evitar, por exemplo, casos de utilizadores que tentem defraudar o sistema de recompensas. Está também prevista uma lógica de gamificação que permitirá diferenciar entre diferentes níveis de utilizadores, para evitar casos de promoção de produtos por influencers.

A empresa tenciona avançar com uma versão beta (online, Android e iOS) em março deste ano. Esta versão será de acesso exclusivo a uma comunidade fechada de embaixadores. Para acederem à plataforma, nesta fase, os utilizadores irão necessitar de um convite direto de um Embaixador. Se tudo correr como planeado, a versão aberta ao público em geral ficará disponível em setembro.

Este ano, a Bloop ambiciona reunir 500 vendedores de produtos e experiências na sua plataforma, mas também garantir a próxima ronda de financiamento e aumentar a sua equipa dos 15 para os 65 colaboradores. A equipa da Bloop conta com membros que estiveram em empresas como a Amazon, Microsoft, Farfetch, Uber e Worten. 

Mas as ambições vão mais além, tudo com o objetivo de se tornar num "unicórnio" até 2028. A empresa quer alcançar mais de 2 milhões de clientes ativos até 2026, movimentando também um volume de vendas superior a 300 milhões de euros e arrecadando mais de 40 milhões de euros.

A Bloop tem uma estratégia de internacionalização e planos para crescimento além fronteiras. Depois de Portugal, até 2026 a Bloop quer chegar a mais mercados europeus, começando pela Espanha. As ambições de expansão passam também pelos Estados Unidos e outros países em 2027.