A segunda fase da parceria entre a Universidade do Minho e a Bosch terminou com a apresentação das várias soluções que fizeram parte da Innovative Car HMI, um programa que envolveu mais de 400 engenheiros e investigadores e cujos resultados alcançados “são um fator de motivação para a continuidade das atividades de investigação e desenvolvimento”.

No Innovative Car Experience, as muitas pessoas presentes puderam contactar de perto com aquela que para Rui Vieira de Castro, reitor da UMinho, é “uma experiência única no contexto português e, provavelmente, no contexto europeu”.

Entre os projetos rumo ao futuro da condução autónoma e que vieram “provar que as universidades podem ser parceiros ativos e dar contribuições decisivas” encontravam-se soluções como um sistema de estacionamento autónomo e de comunicação entre carros.

Antecipando o desafio que a condução autónoma irá trazer para a Interface Homem- Máquina (HMI) e assumindo o carro como o terceiro lugar onde as pessoas passam mais tempo (para além do lar e do local de trabalho) foi revelado como será o Cockpit do futuro, um espaço de interatividade e conectividade, dentro e fora do veículo, que vai permitir libertar o condutor para outras tarefas. Isto tudo com uma base de confiança plenamente estabelecida.

Mas, porque o fator humano estará sempre presente, com vicissitudes que lhe são características como o cansaço físico, o futuro também vai conseguir monitorizar se o condutor está em condições para conduzir ou se está demasiado sonolento ou distraído através de uma câmara de monitorização instalada, de forma imperceptível, no painel de instrumentos.

Os ocupantes também foram contemplados nas soluções desenvolvidas pelos parceiros UMinho-Bosch, com a extração da postura dos ocupantes a ser a base para o conhecimento dos seus movimentos e ações em contexto de condução assistida e autónoma.

Rui Martins, responsável pela Inovação e TUBconsulting dos Transportes Urbanos de Braga (TUB), falou ao SAPO TEK sobre tecnologia que está a ser aplicada nos autocarros 43 e 2 dos TUB e que permitem “ser não só reacionário, mas também proativo”.

Através de aplicações Cloud para carros inteligentes é possível recolher várias informações que permitem a “melhoria de rotas, horários e a otimização de linhas tendo como base dados fundamentados”, bem como reduzir custos e, consequentemente, gastos desnecessários.

Numa vertente iFactory foram desenvolvidas soluções como o sistema de milk-run autónomo que permite otimizar processos dentro das várias linhas de produção, assim como eRobots automatizados e inteligentes.

Para além de seguro e confiável, o carro do futuro deverá ser silencioso, pelo que a diminuição do ruído é uma condição essencial para que se possa chegar a essa realidade. Nesse sentido, a solução de cancelamento ativo do ruído diminui o barulho que vem do motor e das vibrações geradas no contato das rodas com a estrada.

Mas, tudo isto só é possível através de sensores e câmaras, componentes essenciais para a condução autónoma, uma vez que o veículo deve ser capaz de ler o que está ao seu redor e agir de forma preventiva.

Disso é exemplo o sensor de movimento e posicionamento de veículos, o qual melhora significativamente a precisão de localização do veículo através do uso de vários sistemas de navegação por satélite, incluindo GPS e Galileo, sensores inerciais e algoritmos de fusão.

Segundo Carlos Ribas, representante da Bosch em Portugal, “a Bosch e a UMinho não estão a fazer investigação e desenvolvimento para ficar na gaveta” já está em marcha a terceira fase da parceria entre as duas entidades.

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Dividida em três vertentes, a fase que decorre entre 2018 e 2021, é orientada “em muito para a área dos sensores e da condução autónoma”, esclarece o também administrador técnico da Bosch em Braga.

O investimento de 108 milhões de euros prevê o desenvolvimento de projetos de elevada complexidade e que, para a Bosch, “consolidarão definitivamente Portugal como um país de referência na atração de investimento estrangeiro de qualidade”.