A Oi deu agora mais um passo no seu já longo processo de recuperação, vendendo o negócio móvel num leilão organizado pelas autoridades judiciais brasileiras, que demorou menos de uma hora. As concorrentes TIM, Claro e Vivo compraram os ativos por cerca de 16,6 mil milhões de reais e vão agora dividir os 33,7 milhões de clientes da operadora, num processo que já vinha sendo preparado pelas concorrentes e que deverá estar concluído no final do próximo ano, segundo fontes citadas pela Globo.

Recorde-se que a Oi nasceu da fusão da Telemar com a Brasil Telecom em 2008 para criar um super operador nacional, controlado por acionistas locais e com apoio de fundos estatais. No Brasil - onde dominam os operadores controlados por grupos europeus como a TIM (Telecom Itália) ou a Vivo (Telefónica) - a empresa é aliás conhecida como supertele nacional.

Em 2013 Oi e Portugal Telecom anunciaram a fusão, depois da PT vender à Telefónica a participação que tinha na Vivo (50%) e como alternativa para manter o investimento da operadora portuguesa no mercado brasileiro, que crescia em ritmo acelerado.

A falência do BES e do GES, um dos principais acionistas da PT, os problemas financeiros que se seguiram para o maior operador de telecomunicações português, entretanto absorvido pela Altice e a fragilidade financeira da Oi  comprometeram os termos da fusão, agravaram a dívida da operadora brasileira e mergulharam-na em processos judiciais.

Em 2016, a Oi entrou em processo de recuperação judicial com uma dívida de 65 mil milhões de reais. Pelo caminho já tentou comprar concorrentes (a TIM), comprometeu-se com um plano ambicioso de crescimento e investimento. No último plano de reestruturação, aprovado em setembro, definiu a venda do negócio de torres (já concretizada), da rede móvel e do serviço de TV por satélite (2021). A operadora continua em atividade e aposta agora todas as fichas na fibra, onde mantém uma operação rentável e a crescer.