A operadora brasileira Oi entrou com um pedido urgente de recuperação judicial esta segunda-feira.

O pedido foi remetido 10 dias depois do presidente Bayard de Paoli Gontijo ter renunciado ao cargo e três dias depois de a empresa ter anunciado que ainda não tinha chegado a acordo com os credores para reestruturar a sua dívida que, atualmente, ronda os 17 mil milhões de euros.

"Considerando os desafios da situação económico-financeira das empresas Oi, à luz do cronograma de vencimento de suas dívidas financeiras, ameaças à caixa das empresas Oi representadas por iminentes penhoras ou bloqueios em processos judiciais, e tendo em vista a urgência na adoção de medidas de proteção das empresas, a companhia julgou que a apresentação do pedido de recuperação judicial seria a medida mais adequada neste momento", informou a operadora em comunicado.

De acordo com a empresa, cerca de 60% do capital que tem a receber de clientes, decorrentes de vendas a prazo, está penhorado por bancos brasileiros, o que tem impedido a empresa de proceder a pagamentos. Dentro de um mês, a Oi tem agendado o reembolso de uma emissão de obrigações de retalho de 230 milhões de euros a pequenos investidores portugueses.

Apesar da instabilidade, a empresa assegura que os clientes não sairão prejudicados do processo e que nenhum dos projetos ou metas previstas para o atual ano económico será repensada.

O pedido de recuperação judicial ainda será deliberado em assembleia geral de acionistas.

Relembre-se que a portuguesa Pharol é a maior acionista da Oi com quase 28% do seu capital e que a operadora brasileira é a entidade responsável pelo pagamento da dívida da Portugal Telecom. Esta manhã, a CMVM suspendeu o negócio em bolsa das ações da empresa portuguesa até que a operadora brasileira divulgue mais informação acerca do pedido de recuperação judicial.

A Oi é uma das maiores operadoras do Brasil, com quase 70 milhões de clientes.