Vários responsáveis chineses, entre os quais o Presidente do país, afirmaram hoje em Macau que a China quer trabalhar com o mundo no reforço da inovação científica e da tecnologia, avança a Lusa.
Na abertura da Conferência do Fórum Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ISTIF), realizada em Macau e organizada pelo Fórum Boao, conhecido como o "Davos Asiático", foi lida uma carta do Presidente chinês, Xi Jinping, na qual garantiu que Pequim ambiciona e está preparado para promover intercâmbios com os diversos países do mundo.
A contribuição chinesa tecnológica chinesa, reforçou, servirá para a recuperação económica mundial, mas, também, através da cooperação internacional, defender a saúde da população mundial, frisou, numa referência à pandemia da COVID-19.
Na perspetiva de Xi, a cooperação é o caminho que dará benefícios mútuos e crescimento global.
Na mesma linha, o vice-primeiro-ministro chinês, Han Zheng, num vídeo divulgado na ISTIF, reforçou a aposta no multilateralismo e na rejeição do protecionismo.
“A competição promove o crescimento", mas o reforço da cooperação deve ser o caminho a ser seguido, disse.
Já sobre a pandemia da COVID-19, também na conferência realizada em Macau, que decorre até quarta-feira, o secretário-geral do Fórum Boao para a Ásia, Li Baodong, afirmou que esta conferência só pode ser realizada devido “ao controlo bem-sucedido” tanto na China continental, como em Macau.
Macau registou 46 infetados, mas não tem nenhum caso ativo nem detetou qualquer surto local.
Também Ban Ki-moo, presidente do Fórum Boao para a Ásia e antigo secretário-geral das Nações Unidos, apontou, em vídeo, que só através do controlo do vírus é que as autoridades de Macau puderam organizaram este fórum, com cerca de 800 pessoas presentes, segundo a organização.
Ban Ki-moo frisou ainda que a tecnologia será fundamental para estancar a crise económica provocada pela pandemia que já vitimou mais de um milhão de pessoas, um dado alarmante para o antigo secretário-geral das Nações Unidos, já que os números continuam a subir numa altura em que o inverno está a chegar para muitos países.
Fundado em 2001, o fórum é conhecido como o "Davos Asiático", e celebra-se todos os anos na cidade chinesa de Boao, na ilha tropical de Hainan, no extremo sul do país, contando com a participação de chefes de Estado e de Governo de países de todo o mundo.
A conferência que se realiza em Macau visa "criar uma plataforma de diálogo compreensivo de alto nível no meio político, académico e empresarial nas áreas da ciência, tecnologia e inovação", apontou a organização.
A mesma nota realçou como objetivos "impulsionar a construção de um novo quadro para a governação científica e tecnológica" e "apoiar as Nações Unidas a atingirem os objetivos da Agenda 2030 para a Sustentabilidade".
O evento inclui debates sobre as redes de quinta geração, propriedade intelectual ou condução autónoma e inteligência artificial.
Pequim quer dotar as suas empresas com capacidades em setores de alto valor agregado, visando competir nas indústrias do futuro, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.
As ambições da China para o setor tecnológico levaram já os Estados Unidos a lançar uma guerra comercial e tecnológica contra o país asiático, que incluiu banir as exportações de componentes essenciais para o grupo chinês de telecomunicações Huawei.
Segundo a organização, 800 pessoas devem participar na conferência em Macau, incluindo 600 representantes de empresas líderes no setor tecnológico. A mesma fonte estimou que a participação ‘online' vai superar as 200.000 pessoas.
A emissão de vistos a residentes do continente chinês para deslocação à Região Administrativa Especial de Macau foi retomada a 23 de setembro.
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