Os dados preliminares do Estudo da Economia Digital em Portugal, realizado pela ACEPI em parceria com a IDC, tinham sido avançados há uns meses, e são agora confirmados. Há destaques pela positiva, mas continuam a existir pontos menos favoráveis. O facto de 60% das empresas portuguesas continuarem completamente offline, sem site ou página em redes sociais, é um dos mais críticos.

“É como se não existissem”, referiu Alexandre Nilo Fonseca, presidente da ACEPI - Associação Economia Digital, num encontro com jornalistas, esta quinta-feira, em Lisboa. “Se as nossas empresas não são sequer encontráveis numa pesquisa no Google, então estamos a perder uma grande oportunidade”.

Até porque nunca como hoje a limitação de ser uma PME em Portugal foi tão esbatida, apontou o responsável, “porque no ecrã de um smartphone ou de um computador não há pequenas e médias empresas portuguesas. Posso ter uma PME em Santa Maria da Feira e exportar sapatos para mais de 100 países. Por isso temos aqui uma grande oportunidade que  não estamos a aproveitar”, insistiu.

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Os dados reunidos no estudo, relativos a 2017, avaliam o comércio eletrónico em Portugal em 75 mil milhões de euros, representando mais de 40% do PIB. Destes valores, as compras B2C somaram 4,6 mil milhões de euros, num crescimento de 11,3% face ao ano anterior, e representando 2,5% do PIB. Já o negócio B2B originou 70 mil milhões de euros, numa subida de 11,1% e contribuindo para 38,1% do PIB.

No mesmo período, 76% da população portuguesa utilizava a internet e 38% já tinha feito compras online. Confirmando as conclusões preliminares, o relatório indica que os equipamentos móveis são os mais utilizados para navegar pela Web, mas quando se trata de comprar, a preferência "regressa" ao computador.

Vestuário e acessórios de moda (57%), equipamentos de telecomunicações móveis e acessórios (52%) são os produtos mais adquiridos, enquanto o alojamento (58%), os transportes de longo curso (47%) e os bilhetes de espetáculos "ganham" nos serviços. As aplicações móveis (21%), os jogos digitais (19%) e a música (17%) também somam cada vez mais "ciberadeptos".