A aquisição da Fitbit pela Google, um negócio previsto em 2,1 mil milhões de dólares, continua a arrastar-se. A Comissão Europeia tem como principal receio que este negócio reforce a posição da Google no mercado de publicidade online, e na última sessão de esclarecimentos não terá ficado satisfeita com as explicações da empresa.

Mas a Google espera agora receber sinal positivo de Bruxelas para finalizar o negócio, já que cedeu a algumas das exigências propostas. A principal é forma como a Google vai utilizar os dados dos clientes da Fitbit. A gigante tecnológica compromete-se a não personalizar a publicidade tendo como base esses mesmos dados pelos próximos 10 anos. Anteriormente a empresa comprometia-se com apenas 5 anos, segundo avança o Financial Times, citado pelo Business Insider.

Outro ponto esclarecido é que a Google vai permitir que outros equipamentos possam aceder aos dados relacionados com a saúde da Fitbit, caso o utilizador o consinta. Além disso, todos os equipamentos da empresa de fitness mantenham compatibilidade com serviços da concorrência, tais como o Strava e o Map My Run, por exemplo.

A Google foi mais longe e prometeu também deixar que os wearables das empresas rivais possam utilizar a API de Android para que se torne mais fácil a sua integração na plataforma.

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O próximo passo do processo é um encontro entre a Comissão Europeia com as empresas rivais à Google, antes de tomar uma decisão final, prevista para o dia 23 de dezembro. Tudo indica que esta nova posição da Google vai de encontro ao esperado, nas medidas antitrust e que a autorização para a compra da Fitbit avance.

De recordar que a oficialização da compra dará à Google acesso a dados de saúde e bem-estar de 28 milhões de utilizadores da Fitbit, embora a gigante tecnológica mantenha a garantia, desde o início, que apenas os usará para fins legítimos.

"Estes dados oferecem informação chave sobre a vida e o estado de saúde dos utilizadores destes dispositivos. A nossa investigação tem como objetivo garantir que o controlo da Google sobre os dados recolhidos, como resultado do negócio, não distorce a concorrência”, indicou a Comissária Europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, anteriormente.