Cinquenta anos depois da fundação, a história da Compta pode estar a chegar ao fim. A empresa pediu proteção de credores e na passada quarta-feira foi decretada a insolvência.
A notícia, avançada pelo Eco, revela que o desfecho se segue a uma assembleia-geral extraordinária, realizada há um mês, e convocada depois de confirmado que metade do capital social da empresa estava perdido. Diz também o jornal, que no final do primeiro semestre deste ano, o capital próprio da Compta era de 547 mil euros, 3,7% do seu capital social.
De acordo com o previsto no Código das Sociedades Comerciais foi convocada a reunião de acionistas, para analisar a situação económico-financeira da empresa e decidir as medidas a tomar, entre as previstas no mesmo código: dissolução da sociedade; redução do capital social; ou reforço de capitais pelos acionistas.
A Compta foi fundada em 1972. Em 2020 foi adquirida (posição maioritária) pelo grupo português de engenharia Future, um ano depois de ter saído da bolsa de Lisboa, onde estava desde 1988. Ao longo dos últimos 50 anos, o foco da atividade da empresa foi-se alterando.
Em 2015, o então CEO, Jorge Delgado, explicava em entrevista ao SAPO TEK que a empresa vinha realizando “um movimento de consolidação da oferta em torno de dois eixos estratégicos fundamentais: a Integração de Infraestruturas e os produtos próprios Compta”.
Neste domínio da integração queria manter a aposta em áreas tradicionais para a empresa e os seus parceiros, mas também adquirir know-how em áreas de vanguarda como a Cloud, Big Data, Segurança, IOT ou Mobilidade.
A internacionalização passou a ser um dos grandes objetivos da nova gestão da Compta, à data da aquisição em 2020. A equipa liderada por Alberto Gama Ferreira previa triplicar a faturação em três anos e duplicar o número de colaboradores, 220 naquela altura.
O portal Citius confirma já a insolvência decretada entretanto pelo Juízo de Comércio de Sintra e indica que a empresa está sob gestão de um administrador judicial. Nas próximas semanas, o gestor nomeado terá a tarefa de apurar a dívida. A SAP Portugal, a Bee Engineering, o Novobanco e o Millenniumbcp estão entre os credores, como é possível verificar na informação publicada no Citius.
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