O MobiPag é um projeto que está a ser trabalhado desde 2009 e que chega agora à sua fase final de desenvolvimento. A solução de pagamento digital vai ser testada na próxima semana na Universidade do Minho por cerca de 30 alunos em diferentes situações que requerem transações monetárias e que nestes casos vão ser efetuadas através de dispositivos móveis.

Reduzir a utilização das moedas e das notas é o objetivo desta solução que é desenvolvida por empresas e centros de investigação portugueses. Para já o intuito do MobiPag é ser meramente demonstrativo das potencialidades da tecnologia e ainda não existe um modelo de comercialização definido para a solução de pagamentos digitais.

Comprar e receber de forma diferente do que tem sido feito até agora é apontado como o mote do projeto por Helena Leite, responsável da Cardmobili. Creativesystems, Multicert, Portugal Telecom e Wintouch são as outras empresas envolvidas no desenvolvimento do projeto que conta também com a participação da Universidade do Minho, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e do Instituto Superior Técnico.

Nesta fase, os investigadores que trabalham no MobiPag decidiram optar pela open mobile API do NFC que acreditam ser a norma de caráter menos restrito e com mais futuro - ao contrário do que acontece com o Google Wallet que usa uma API específica e fechada.

O Android é o sistema operativo escolhido para os testes piloto e o Galaxy S III o modelo de telemóvel selecionado por suportar o API utilizado no desenvolvimento do MobiPag.

Por causa do caráter mais aberto da tecnologia, o Centro de Excelência em Desmaterialização de Transações (CEDT) considera que esta solução pode ser inclusivamente "exportada" para outros países.

A segurança da ferramenta é assegurada através dos domínios e canais de comunicação que existem nos cartões SIM de última geração. O cartão do telemóvel fica assim ligado às redes de comunicação reais e às contas bancárias reais de cada utilizador.

Do lado de quem cria a tecnologia não existe qualquer restrição ao nível dos valores que podem ser transacionados, mas como contou ao TeK Helena Leite, cada retalhista, cada banco e cada utilizador vai poder definir quais as regras - neste caso limites monetários - que quer aplicar ao seu MobiPag.

Os testes que vão ser realizados na UM nas próximas semanas servem para simular situações do dia a dia que envolvam trocas de pequenas quantias de dinheiro - segmento em que o pagamento digital ainda não está a ser devidamente explorado.

Depois desta fase ainda vão ter lugar testes em laboratório para depois haver uma análise dos dados e comportamentos registados, como satisfação ou desconfiança pelo novo método de pagamento utilizado.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico