A crise dos semicondutores tem afetado todas as fabricantes tecnológicas, limitando as vendas de portáteis, consolas e até na indústria automóvel, que tem obrigado à paragem das linhas de produção. No mercado dos smartphones, a crise também tem dificultado as empresas no lançamento de novos produtos nas lojas e no último trimestre houve um declínio no negócio. Os componentes mais difíceis de obter são os sensores de frequência de rádio e os circuitos de gestão de alimentação dos equipamentos.
Segundo a Gartner, as vendas globais dos smartphones caíram 6,8% no terceiro trimestre de 2021, em comparação com o período homólogo do ano passado. A consultora afirma que a falta de componentes afetou os calendários de produção, levando a menos stock nas prateleiras e adiando a disponibilidade de produtos, afetando as suas vendas. E isto quando a procura pelos consumidores continua a ser muito forte.
Os analistas dizem mesmo que os constrangimentos de produção afetaram sobretudo os smartphones utilitários e básicos, do que os grandes equipamentos premium. Ou seja, apesar do recuo global das vendas, o segmento de smartphones topo de gama continuaram a crescer.
No que diz respeito às fabricantes que mais vendem, a Samsung mantém o primeiro lugar, com 20,2% da quota do mercado (ainda que tenha perdido 1,9% da fatia), totalizando um total de 69 milhões de unidades neste terceiro trimestre. A Apple recuperou o segundo lugar nas vendas, empurrando a Xiaomi para o terceiro posto. A Apple detém agora 14,2% do mercado, tendo vendido 48,46 milhões de unidades. A Xiaomi tem agora 13% do mercado, tendo vendido 44,48 milhões de unidades.
A Canalys faz uma leitura muito semelhante, apontando um declínio de 6% do mercado de smartphones. Atribui à Samsung uma quota maior, de 23%, mas confirma a troca entre a Apple (15%) e a Xiaomi (14%). A elevada procura do iPhone 13 é a justificação unânime para a subida da Apple. A Vivo e a Oppo também completam o Top 5, empatadas, embora a Gartner lhes atribua 8,1% do mercado, ao passo que a Canalys diz terem 10% de quota. A empresa diz que a Vivo foi a que mais cresceu das cinco, cerca de 20,9%, justificado pelos 13 novos modelos introduzidos no mercado, sobretudo na sua entrada na Europa e Médio Oriente.
A consultora diz que as fabricantes de chips estão a aumentar o preço, levando as empresas a não comprarem stock adicional às suas necessidades atuais. Sem final a vista, a crise dos chips poderá prolongar-se durante 2022, resultando no aumento constante nos preços dos smartphones. A Canalys afirma que muitos vendedores de smartphones têm feito modificações de “último minuto” nas especificações dos equipamentos para se ajustar às quantidades dos componentes, gerando uma grande confusão na sua comunicação com os canais de retalho e distribuição. E da mesma forma, lança um aviso aos consumidores de que este ano, não esperem ver grandes descontos de smartphones durante o período da Black Friday.
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