As empresas europeias investiram mil milhões de euros em open source em 2018, num investimento que terá gerado um impacto positivo para a economia da região entre 65 e 95 mil milhões de euros. Os dados constam de um estudo divulgado pela Comissão Europeia, que também apresenta estimativas do impacto que pode ter na economia da região, um aumento no contributo para os desenvolvimentos em software aberto.
Segundo estes cálculos, um incremento de 10% nos contributos para o desenvolvimento software de código aberto pode gerar um impacto adicional para o PIB da União Europeia entre 0,4 e 0,6%. O mesmo acréscimo pode ajudar a fazer nascer mais 600 startups na região. Esta previsão é detalhada por países e, segundo as contas, em Portugal podiam resultar daqui 12.810 novas startups de base tecnológica.
A análise fornece outros detalhes relativamente a Portugal, como a percentagem de empresas que em 2018 contribuíram para os esforços de desenvolvimento de código aberto através da plataforma GitHub. Constata-se que em 2018, 1.763 empresas na Europa fizeram contributos para a plataforma e que quase um quinto eram portuguesas (19,1%). Os mesmos dados mostram que as empresas mais pequenas continuam a ser as mais dinâmicas nesta matéria.
O estudo da Comissão Europeia também sublinha os resultados apurados em vários case studies no que se refere ao total cost of ownership (custo total de propriedade) do software usado pelos serviços públicos na região, por comparação com o recurso a software proprietário. Esta alternativa é apresentada como uma via para uma maior autonomia digital e uma forma de evitar que as instituições fiquem presas a software que depende do roadmap de desenvolvimento e atualizações de cada fabricante.
No documento são alinhadas recomendações de política pública e explica-se que no futuro “estas conclusões podem vir a ser usadas para reforçar a dimensão open source no desenvolvimento de futuras políticas de software e hardware para a indústria da UE”.
Mais em detalhe, refere-se que no curto prazo os resultados do estudo vão influenciar opções de política em diferentes áreas digitais. No longo prazo podem ser usadas para uma nova política europeia para o software aberto, numa perspetiva mais abrangente e orientada a toda a economia da região.
A análise agora realizada parte da constatação que o software de código aberto está disseminado por todas as indústrias e áreas da economia, sublinhando também que no caso do hardware de código aberto, a evolução do nível de maturidade das soluções desenvolvidas é ainda menor.
Reconhece-se, no entanto, que os desenvolvimentos nesta área têm sido rápidos e que se o percurso no hardware seguir os passos do software este “poderá constituir uma pedra angular da futura Internet das Coisas (IoT), o futuro da computação e a transformação digital da indústria europeia no final da década digital”.
Recorde-se que a União Europeia tem já em vigor desde 2020 uma estratégia para o software de código aberto, com um horizonte temporal de ação que se estende até 2023, que funciona como um dos suportes à estratégia digital da Comissão Europeia.
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