As autoridades policiais sul-coreanas levaram ontem a cabo buscas nos escritórios da Google na capital do país, na sequência de uma investigação sobre alegada recolha indevida de dados por parte unidade de publicidade móvel da gigante das pesquisas, a AdMob.

As buscas destinaram-se a apurar se a empresa tem recolhido informações sobre a localização geográfica de utilizadores sem o consentimento dos mesmos, avançam as agências internacionais.

"Suspeitamos que a AdMob tem reunido informação pessoal sobre localização sem conhecimento ou autorização da Comissão das Comunicações da Coreia", afirmou um agente, citado pela Reuters.

Um porta-voz da Google confirmou a visita das autoridades às instalações da empresa em Seul, acrescentando que a companhia estava a cooperar com a investigação.

Este tipo de dados são considerados cruciais para o sector da publicidade móvel, em expansão, por ajudarem a personalizar os anúncios on-line de acordo com as preferências dos destinatários e os locais onde se encontram.

O registo da geolocalização sem consentimento dos visados tem sido um "tema quente" nos últimos dias, tendo tido particular visibilidade a polémica em torno de um alegado ficheiro no iPhone da Apple onde eram armazenadas esse tipo de informações sem autorização dos donos dos telefones - que a empresa afirma não ser verdade.

"Todas as tecnologias têm o seu revés. Os serviços baseados na localização trazem benefícios para os consumidores, ao ajudá-los a encontrar restaurantes, estações de serviço ou outros locais de interesse nas imediações, através do smartphone (…), mas também podem violar a privacidade dos consumidores. Existem lacunas nestes serviços e as empresas devem assegurar que obtêm o consentimento dos clientes para utilizar os seus dados", realçou Kim Kwang-jo, professor de informática no Instituto de Ciência e Tecnologia da Coreia, citado pela agência.

A investigação é o mais recente caso de suspeitas sobre a conduta indevida da gigante das pesquisas no que ao tratamento e recolha de dados concerne. A última grande polémica - com extensão internacional - tinha ficado a dever-se à alegada "recolha inadvertida" de dados de redes sem fios quando a empresa captava imagens para o StreeView.