Foi realizado um estudo em parceria entre a Aliados Consulting e a FES Agency sobre o impacto que a pandemia de Covid-19 está a ter no ecossistema de empreendedorismo nacional. As startups manifestaram um pessimismo generalizado e o pensamento é que o pior ainda está para vir. O estudo revela que 73,1% das startups está a sofrer um impacto negativo com a pandemia. As perdas das vendas de 43,9% dos inqueridos superam os 60%. A maioria, 62,8% das startups, considera que o seu valor está a ser impactado negativamente.
Sobre o desenrolar da pandemia, 60,3% das startups acreditam que a situação ainda vai piorar, sendo que 44,9% estão preocupadas com o cenário de possível encerramento do seu negócio. Ainda assim, apesar do cenário pessimista, a maioria das empresas ainda não está a considerar cortes nos ordenados dos funcionários (70,5%) e 75,6% não prevê despedimentos. As empresas questionadas apoiam as medidas introduzidas pelo Governo, nomeadamente os layoffs simplificados e a facilidade de acesso a financiamento. Mas também o alívio da carga fiscal e o adiantamento e aceleração do pagamento de financiamento do programa Portugal 2020.
Em contraste, também há startups cujo impacto da pandemia está a ser positivo, em que 6,4% afirma que as suas vendas estão positivas, considerando que a maioria estão ligadas à área de saúde e bem-estar. E no que diz respeito a trabalhar no combate do coronavírus, 53,8% das empresas estão empenhadas a investigar soluções para mitigar a pandemia.
Inês Santos Silva, diretora executiva da Aliados Consulting, realça que as startups e o ecossistema de empreendedorismo têm sido uma forte aposta do Governo nacional e local. Destaca ainda que é crucial apoiá-las neste período para garantir a sua sobrevivência e o futuro competitivo do país. “Pretendemos que este relatório sensibilize para os problemas que as startups estão a enfrentar e para possíveis soluções específicas para estas empresas”.
O estudo foi realizado entre 21 e 24 de março, e teve como base a participação de 78 empreendedores, CEOs e diretores de startups que têm escritórios em Portugal. A maioria das startups entrevistadas são dos distritos de Lisboa e Porto e têm até 10 colaboradores, sendo que 46,2% utilizam Capital de Risco.
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