Há um novo esforço de cooperação entre a União Europeia e os Estados Unidos para encontrar soluções para a crise mundial dos chips e o domínio crescente da China, no controlo das cadeias de produção.
O Trade and Technology Council resulta de conversações entre a vice-presidente da Comissão Europeia, Margrethe Vestager e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden , durante a visita deste último à Europa e nasce com ambição de aproximar novos desenvolvimentos tecnológicos nas duas regiões em várias áreas, segundo a BBC.
Um dos grandes objetivos é criar condições para aumentar a produção de chips na União Europeia e nos Estados Unidos e na declaração que saiu do encontro entre os líderes da UE e dos EUA refere-se claramente que esta é uma parceria para "reequilibrar as cadeias de abastecimento globais de semicondutores”
A Europa por si só tem objetivos ambiciosos nesta área já conhecidos, que passam por duplicar a quota mundial da região neste mercado de 10 para 20%, com apoio de um investimento de 100 mil milhões de euros. Os Estados Unidos, fizeram aprovar na semana passada o programa que vai injetar 52 mil milhões de dólares na economia, para reforçar infraestruturas e inovação na mesma área.
A escassez de processadores, agravada pelas limitações à produção e circulação da pandemia, tem afetado diferentes indústrias, com destaque para a indústria automóvel, ou das consolas de jogos, que se têm visto obrigadas a rever calendários de lançamento.
Embora vários fabricantes já tenham anunciado novos investimentos nesta área, nomeadamente novas fábricas nos Estados Unidos, como fez a Samsung, as previsões não são animadoras e quase todas indicam que a escassez de chips vai continuar e as consequências tendem a alastrar-se a mais indústrias. As vendas de computadores no último trimestre, por exemplo, começam a refletir também essa realidade.
Para além desta área, a nova plataforma de cooperação UE-EUA também pretende contribuir para que as duas regiões trabalhem em conjunto no desenvolvimento de standards para novas tecnologias, como a inteligência artificial. Vai também debruçar-se sobre questões como os direitos humanos, “utilizações abusivas da tecnologia que ameacem a segurança” e a investigação em cooperação.
O Trade and Technology Council vai incluir grupos de trabalho para áreas como a inteligência artificial, Internet das Coisas, clima, tecnologias verdes, segurança nas TIC, entre outras. Em comunicado, a CE explica que este fórum vai dar o mote para reuniões políticas periódicas entre representantes das duas partes, a fim de renovar metas e avaliar progressos.
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