Ser uma empresa nova e com um produto inovador já é motivo suficiente para não conseguir abordar o mercado como outras empresas que já têm presença no sector há vários anos. Mas os resultados de um novo estudo apontam que as empresas nascidas das universidades lutam contra outros desafios.

A falta de financiamento e a dificuldade em chegar aos mercados estrangeiros são os dois grandes entraves que os mais recentes spinoffs têm enfrentado. Os empreendedores também não apostam como deveriam na área das vendas, o que condiciona o sucesso do produto ou serviço. A realidade aplica-se a Portugal, mas também a startups da Finlândia, Holanda e Polónia.

"Ter um bom produto não chega se ninguém o comprar. Os empreendedores académicos têm muitas vezes a expectativa de que o produto se vende sozinho e por isso não apostam em profissionais especializados na área das vendas", comenta em nota de imprensa Manuel Au-Yong Oliveira, investigador do INESC TEC, que participou no estudo.

O financiamento, explica Manuel Au-Young, está mais difícil por causa da crise económica internacional.

Os responsáveis pela investigação entrevistaram mais de 90 diretores executivos de spinoffs de universidades e politécnicos para obter os resultados do estudo.

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O TeK tem destacado alguns spinoffs com projetos de base tecnológica que espelham de certa forma os resultados desta investigação.

A IS2you, startup que teve origem na Universidade da Beira Interior, já venceu vários prémios com o projeto wi-GO, mas nem por isso a vida da empresa está mais simples. Luís de Matos, CEO do spinoff, confessou que ainda não há dinheiro para tudo e participar em concursos internacionais é uma oportunidade para reduzir os custos de uma divulgação mais alargada.

Noutra perspetiva a Azorean, um spinoff da YDreams, recorreu recentemente à plataforma Kickstarter para conseguir o financiamento necessário a uma primeira fase de produção em massa do drone aquático Ziphius.


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