O Departamento do Comércio dos Estados Unidos adicionou mais 11 empresas chinesas à lista negra de entidades que não podem fazer negócios com o país. Em questão está a o seu alegado envolvimento na repressão da comunidade Uyghur e de outras minorias muçulmanas na China. Entre as organizações visadas está a O-Film, uma das principais fornecedoras de módulos táteis para ecrãs e lentes fotográficas da Apple.
Em comunicado, Wilbur Ross, secretário do Comércio dos EUA, afirmou que o Governo chinês está ativamente a reprimir as minorias muçulmanas através de campanhas de detenção em massa, trabalhos forçados e recolha abusiva de ADN. O responsável sublinhou que a adição das 11 empresas à lista negra garante que os bens e tecnologias norte-americanas não serão usados na “ofensiva desprezível do Partido Comunista Chinês”.
Que empresas foram adicionadas à lista negra dos EUA?
O Departamento do Comércio indicou que nove das empresas visadas são acusadas de ser cúmplices das campanhas de trabalho forçado postas em prática pelo Governo Chinês. Já a Xinjiang Silk Road BGI e a Beijing Liuhe BGI passam a constar da lista por levaram a cabo análises genéticas abusivas.
- Changji Esquel Textile Co. Ltd.
- Hefei Bitland Information Technology Co. Ltd.
- Hefei Meiling Co. Ltd.
- Hetian Haolin Hair Accessories Co. Ltd.
- Hetian Taida Apparel Co., Ltd.
- KTK Group
- Nanjing Synergy Textiles Co. Ltd.
- Nanchang O-Film Tech
- Tanyuan Technology Co. Ltd.
- Xinjiang Silk Road BGI
- Beijing Liuhe BGI
Além de ser uma das principais fornecedoras da Apple, tendo fabricado componentes para as câmaras do iPhone 8 e iPhone X, a O-Film trabalha com várias empresas norte-americanas como a Microsoft, a HP, a Dell, a Amazon e a General Motors.
Em comunicado à imprensa internacional, a Apple afirma que, assim que soube das possíveis ligações da O-Film à repressão de minorias muçulmanas na China, iniciou imediatamente uma investigação. “Não encontramos quaisquer provas de trabalhos forçados nas linhas de produção”, afirmou um porta-voz da empresa, acrescentando que a Apple vai continuar a monitorizar a situação.
A decisão do Departamento do Comércio dos Estados Unidos surge após o Departamento de Defesa do país ter publicado uma lista de empresas chinesas a operar em solo americano acusadas de ter ligações com o exército chinês.
A lista inclui empresas como a Huawei, a Hangzhou Hikvision, China Railway Construction Corporation, e a China Telecommunications Corporation, entre outras empresas ligadas ao sector da construção naval, telecomunicações, aeroespacial e até energia nuclear.
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